Críticas também desconsideram fatores importantes, como a distribuição de renda e o consequente aumento do consumo de energia e derivados do petróleo.
São Paulo – O economista do Dieese Henrique Jager contestou em entrevista à Rádio Brasil Atual as críticas sobre a queda no desempenho econômico-financeiro da Petrobras em 2012. Na semana passada, em seminário no Congresso Nacional, líderes do PSDB criticaram a atual gestão da empresa.
Para o economista, que era o responsável, até dezembro, pela assessoria do Dieese à Federação Única dos Petroleiros (FUP), as críticas feitas pelos tucanos representam interesses de acionistas privados da empresa. “O que está sendo dito é que os preços do mercado interno estão menores do que os preços do mercado externo, o está sendo usado como um componente para segurar a inflação. Mas, antes, quando acontecia exatamente o inverso, ninguém falou nada. Porque tem interesses que representam os acionistas, querem botar mais dinheiro na mão dos acionistas.”
Ele explica ainda que a Petrobras, atualmente, “não ganha, nem perde”. “Neste momento há um equilíbrio entre o que ela ganhou porque os preços já foram maiores, e o que ela perdeu, porque neste momento os preços estão menores.”
Em um compilado de dados, o PSDB divulgou que nos últimos anos a Petrobras perdeu R$ 33 bilhões apenas com a defasagem de preços, apontada a 13% na gasolina, e a 24% no diesel. O economista contestou o valor divulgado e lembrou de um fator desconsiderado pelos líderes do PSDB e pela mídia tradicional: o processo de distribuição de renda e consequente aumento do consumo de energia.
Segundo ele, nos últimos cinco anos o consumo de diesel, gasolina, gás de cozinha e derivados de petróleo aumentou. “Há um aquecimento no consumo de energia, que reflete também no consumo de derivados de petróleo. Há muito mais carros nas ruas. Há um aumento do consumo de derivados do petróleo num momento em que os preços internos estão menores que os preços internacionais. Aí surge o discurso de que estão quebrando a Petrobras para controlar a inflação.”
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