quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Câmara acaba com 14º e 15º salários para deputados e senadores


Os dois salários a mais pagos aos parlamentares não constarão mais na lista de benefícios. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr

A Câmara dos deputados decidiu no início da noite desta quarta-feira 27 acabar com um dos principais privilégios dos parlamentares, os 14º e 15º salários pagos anualmente em fevereiro e dezembro como “ajuda de custo” a deputados e senadores. A decisão, tomada por unanimidade, referenda a proposta aprovada pelo Senado em março de 2012, segundo a qual a ajuda de custo será paga apenas no início e no fim de cada mandato. O valor dos salários extras é o mesmo que os parlamentares recebem mensalmente: 26,7 mil reais.
A decisão de acabar com o privilégio é uma clara tentativa de melhorar a imagem do Poder Legislativo, visto com desconfiança por grande parte da população. No início deste ano, a eleição dos peemedebistas Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e Renan Calheiros (PMDB-AL) para as presidências da Câmara e do Senado reforçaram a imagem ruim do Congresso. A escolha de Renan como presidente do Senado gerou protestos populares e resultou em uma petição, pela internet, com mais de 1,6 milhão de assinaturas pedindo a saída do senador do cargo. Por isso, o próprio Renan anunciou na semana passada, já como presidente do Senado, uma reforma administrativa na Casa que prevê uma economia anual de 262 milhões de reais.
“Parabéns a este Plenário, que resgata a altivez dessa Casa”, afirmou Henrique Alves após a votação desta quarta. O fim dos salários extras foi foi apoiado por todos os líderes partidários, num raro projeto que conseguiu unir governo e oposição. “É uma vergonha nacional, indefensável e inexplicável”, disse o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), sobre a existência do benefício. “Temos que ter uma situação equânime com todo o cidadão brasileiro”, afirmou o líder do governo, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP).
As ajudas de custo aos parlamentares foram criadas pela Constituição de 1946, quando a capital era ainda no Rio de Janeiro, com o objetivo de custear as viagens, que eram mais difíceis naquela época. A partir da Constituição de 1988, não constou mais no texto a referência à ajuda, que passou a ser disciplinada em legislação interna do Congresso.
 *Com informações da Agência Brasil e da Agência Câmara


A provocação da direita no Congresso




Parlamentares da oposição, muitos deles filhotes da ditadura militar, promoveram no final da tarde desta quarta-feira uma provocação nos corredores da Câmara Federal. Eles instalaram uma placa diante da galeria de imagens do PT, que comemora 33 anos de vida, sobre o “mensalão”. O sítio do Estadão, que atacou histericamente o protesto dos jovens contra a visita da dissidente cubana Yoani Sánchez, gostou da iniciativa: “Parlamentares do DEM e do PSDB resolveram ‘completar’ a história oficial exposta pelo partido”. Haja cinismo!


A provocação barata foi imediatamente rechaçada pelo deputado Amauri Teixeira (PT-BA), que numa atitude corajosa retirou a placa e não se intimidou diante da fúria dos tucanos e demos. “Isso é coisa de moleque! É falta de respeito!”, protestou. Houve bate-boca e empurrões, mas a oposição de direita não conseguiu manter a sua encenação. Entre os provocadores estavam os demos Ronaldo Caiado, ex-líder da assassina União Democrática Ruralista (UDR), e o fascistóide gaúcho Onix Lorenzoni.

A exposição dos 33 anos do PT registra com fotos e textos momentos importantes da história da legenda, desde as greves do ABC paulista, lideradas por Lula, até 2012. Por razões óbvias, ela não cita o chamado o escândalo do mensalão. No caso de uma exposição do DEM, ela não registraria a sua origem nos porões da ditadura. No caso do PSDB, não falaria da privataria e da compra de votos para a reeleição de FHC. Já no caso de uma história da mídia, muita podridão seria escondida. Mesmo assim, pelas normas do Congresso, elas seriam respeitadas. DEM e PSDB promoveram um ato que merece total repúdio!

Marina registra Rede com brecha para ficha-suja e sem teto de doações.Já começou mentindo, igual aos políticos que ela critica.


Novo partido


Marina registra Rede com brecha para ficha-suja e sem teto de doações

DE BRASÍLIA - Com brechas nos critérios de filiação para impedir candidatos "ficha-suja" e sem definição sobre um teto de doações, integrantes do partido Rede registraram ontem em cartório o estatuto da legenda.
O ato, realizado em Brasília, foi comandado pela ex-senadora Marina Silva e contou com a participação dos deputados Alfredo Sirkis (PV-RJ), Walter Feldman (PSDB-SP), Domingos Dutra (PT-MA) e militantes.
O capítulo do estatuto que trata das condições de filiação diz que resolução da comissão nacional estabelecerá as hipóteses de inelegibilidade. Impedimentos previstos na Lei da Ficha Limpa, como condenações por crimes de corrupção, improbidade administrativa etc., deverão, porém, ser seguidos.
As hipóteses de flexibilidade na filiação devem ocorrer em casos em que a pessoa foi condenada por sua participação em movimentos sociais.
Apesar de prever que haverá um teto para doações de pessoas físicas e jurídicas, o estatuto não define o limite das contribuições. Dessa forma, o partido fica livre para arrecadar para as eleições de 2014, quando Marina poderá disputar a Presidência da República.
O registro no cartório é só mais uma etapa para a criação da legenda. Para que a Rede saia do papel, é necessária a coleta de cerca de 500 mil assinaturas em nove Estados.
Segundo integrantes do partido, desde o lançamento, ocorrido no último dia 16 de fevereiro, até ontem, 32.363 pessoas já baixaram na internet a ficha para coleta de assinatura.

FONTE:

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Os números das gestões do PSDB e do PT


A herança Maldita!

O dilema de 2003
Revista IstoÉ, N° Edição:  1726 |  30.Out.2002 |  Atualizado em 25.Ago.10 - 08:51
Lula assume com a palavra de manter os compromissos com o mercado financeiro. Mas antes precisa tirar o País da crise
João Paulo Nucci
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assume um país imerso numa grave crise econômica. A indústria está parada e os investimentos estão suspensos. O comércio sente o drama da desvalorização acelerada do real e da perda do poder de compra da moeda brasileira. O desemprego permanece na desastrosa relação de um desocupado a cada cinco pessoas economicamente ativas. A inflação dá sensíveis sinais de força e a recessão ainda não é uma realidade estatística, mas já ronda o dia-a-dia.
O desvario cambial dos últimos meses, que levou o dólar quase aos R$ 4 e forçou o governo a um novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), tem desfecho ainda incerto. A própria sobrevivência do acordo, uma ajuda recorde de US$ 30 bilhões, depende de um arrochadíssimo primeiro ano de mandato. As metas impostas por Washington para 2003 (inflação baixa, juros na metade do patamar atual, dólar em queda e um pesado corte nos gastos governamentais) são, à primeira vista, inexequíveis. A nossa alta dependência de recursos externos em oposição ao fato de sermos, aos olhos da comunidade financeira internacional, o terceiro pior país do mundo para investir, acrescenta ainda mais dramaticidade ao cenário.
Bombas no colo não faltam. Faltará, talvez, a complacência do mercado financeiro, adversário eleitoral de Lula e, a partir de 1º de janeiro, fiscal implacável das questões que lhe dizem respeito (basicamente, a manutenção da capacidade do governo de honrar os títulos públicos). Durante toda a campanha, o presidente eleito se preocupou em fazer declarações tranquilizadoras –ou, no mínimo, se policiou para não dizer coisas que o mercado não gostaria de ouvir. Sua equipe econômica de campanha, formada pelos economistas Aloizio Mercadante (eleito senador por São Paulo) e Guido Mantega, circulou entre os bancos para levar uma mensagem de paz, traduzida pela promessa de uma transição tão suave quanto possível.
Lula terá pela frente a aflitiva encruzilhada da demanda popular por um rápido crescimento econômico com os anseios do mercado pela obediência a qualquer custo das metas definidas pelo FMI, mal acostumado que está com os oito anos de Pedro Malan à frente da economia nacional.....

Publicada em IstoÉ antes de Lula assumir




Ditadura violou direitos de 50 mil brasileiros. Todos os agentes da repressão terão de depor



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Balanço apresentado nesta 2ª feira (ontem) pela Comissão Nacional da Verdade (CNV) indica que a ditadura violou direitos de cerca de 50 mil pessoas no Brasil, entre presos políticos, exilados e torturados, além de pessoas que perderam parentes - centenas, nas listas de desaparecidos - e outras que sofreram algum tipo de perseguição no período de 1964 a 1985.

O balanço foi apresentado no encontro da Comissão Nacional com representantes de Comissões da Verdade dos Estados. O número já era conhecido, calculáva-se que chegaria a isto mesmo, só não tinha aparecido antes com essa precisão. É de se lamentar, entristece que o país e os brasileiros tenham passado por isso, mas no momento em que é divulgado, vem acompanhado, também, de uma boa notícia: a Comissão já identificou “várias dezenas” de integrantes da repressão - militares, policiais e até civis - que atuaram durante a ditadura e está intimando-os e vai convocar todos a depor para repor a verdade dos fatos.

Muitos já foram ouvidos, revelou a Comissão, e todos serão convocados a depor. No balanço divulgado ontem, durante a apresentação do grupo que trata da estrutura da repressão, o assessor que fez a explanação, Guaracy Mingardi, e uma das integrantes da CNV, Rosa Maria Cardoso da Cunha, falaram sobre a ação e números da repressão.

Todos serão convocados a depor

"Já identificamos várias dúzias - não foram duas ou três apenas - de membros da repressão. Com nome, RG e endereço", adiantou Mingardi.



De acordo com a Comissão, algumas dessas pessoas já foram ouvidas e outras ainda serão, inclusive por meio de convocação. Quem se recusar a comparecer pode ser processado por desobediência. Até agora já foram realizadas 40 oitivas pela comissão.

Em sua exposição durante a reunião, a advogada Rosa Maria Cardoso da Cunha -  advogada da presidenta Dilma Rousseff no início dos anos 70, quando ela estava presa em SP - coordenadora do grupo “Golpe Civil Militar de 1964” da Comissão, afirmou que os primeiros levantamentos sugerem que cerca de 50 mil pessoas foram presas em 1964, no Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, São Paulo e Pernambuco.

Ela lembrou, ainda, que os opositores do regime militar também eram presos em navios e estádios de futebol. Nos navios Raul Soares (na costa de Santos) e Almirante Alexandrino, cerca de 600 pessoas foram mantidas presas, em sua maioria sargentos e lideranças sindicais. Rosa citou o estádio Caio Martins, em Niterói, como um dos centros de detenção em massa da ditadura.

Um Estado sem limite repressivo

"O uso dessa violência permitiu ao regime militar construir o estatuto de um Estado sem limite repressivo. Com três consequências: inoculou a tortura como forma de interrogatório nos quarteis militares, a partir de 1964; fez da tortura força motriz da repressão praticada pelo Estado brasileiro até pelo menos 1976; possibilitou ao Estado executar atos considerados inéditos em nossa história política: a materialização de atos de tortura, assassinato, desaparecimento e sequestro", disse Rosa.

Outra atitude elogiável nos chega do presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB, Wadih Damous. Ele cobra que os atos de tortura envolvendo crianças durante a ditadura militar sejam investigados. "Aos poucos, vão se revelando novos fatos que mostram que as barbaridades cometidas à época da ditadura tiveram requintes de crueldade, cuja dimensão não se sabia ou se pensava. Estamos descobrindo que nem as crianças escaparam da sanha assassina dos torturadores", avaliou Damous.

Na avaliação de Wadih Damous - indicado para presidir a Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro (ainda não instalada) -, o conhecimento sobre esses episódios é didático. "Os episódios agora revelados ensinam que a atitude de considerar fatos ocorridos na ditadura como página virada, condenados ao esquecimento, é equivocada. Todos devemos conhecer as circunstâncias e os autores desses atos e saber a mando de quem os praticaram para que nunca mais aconteçam. Essa é uma exigência da democracia brasileira", acentuou.


(Foto: Marcelo Camargo/ABr)

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Yoani condenará censura da Folha?





O mundo é irônico. A mesma Folha de S.Paulo, que faz tanto carnaval com a visita ao Brasil da dissidente cubana Yoani Sánchez - em defesa de uma pretensa "liberdade de expressão" -, venceu hoje na Justiça no processo de censura contra a "Falha". A 5ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu nesta manhã manter a arbitrária proibição ao blog satírico. Ela se curvou ao poderoso Grupo Folha, que moveu ação em 2010 contra o sítio alegando que ele copiava a logomarca do jornalão.

Os irmãos Lino e Mario Bocchini, responsáveis pelo blog, pretendem recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF). “Não é simples, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) e o STF não recebem uma ação qualquer. Mas a gente vai estudar de que forma se pode recorrer. Nossa intenção é ir para os tribunais superiores”, garante Lino Bocchini. Para ele, a decisão da justiça paulista abre perigoso precedente no país contra a liberdade de expressão. "Se ela atingisse só a mim e a meu irmão seria menos mal. A jurisprudência aberta é muito ruim para a coletividade. Porque outra empresa que queira tirar um site do ar utilizando os mesmos argumentos da Folha terá uma decisão anterior para se respaldar”.

Lino Bocchini já previa o pior no julgamento - conforme me relatou ontem à noite durante uma atividade no Centro de Estudos Barão de Itararé. "A Justiça tem uma tradição de ser sempre favorável ao grande poder econômico. Seria surpreendente se dois irmãos que não fazem parte de nenhuma organização conseguissem ganhar de um dos maiores grupos de comunicação do Brasil. Isso sim seria uma surpresa”. Ele comentou ainda que tentou conseguir uma manifestação de solidariedade da blogueira cubana contra a censura da Folha, mas que não obteve retorno positivo. "Também não foi surpresa", brincou.

Yoani Sánchez se diz vitima da censura em Cuba - apesar do seu blog funcionar normalmente. Ela também se jacta de ser uma paladina da liberdade de expressão. Bem que ela poderia se manifestar no caso Folha versus Falha. Mas não dava mesmo para esperar tal atitude. Afinal, a dissidente cubana é paparicada exatamente pelos barões da mídia. Além disso, ela é "diretora" regional da Sociedade Interamericana de Prensa (SIP), a famigerada entidade golpista que reúne os impérios midiáticos da região - inclusive o Grupo Folha. O mundo realmente é bastante irônico. E ainda tem gente que defende a dissidente cubana travestida de blogueira!

Obama abre caminho para Pontífice Preto: L.Boff


FONTE: leonardoboff


Teólogo rebelde diz Obama pode abrir caminho para Pontífice primeiro negro

Entrevista dada à Rede Bloomberg parágrafo Josué Goodman 19/02/13

Teólogo rebelde diz Obama abre caminho para Pontífice Preto

Por Joshua Goodman - 19 de fevereiro de 2013 11:09 GMT-0300
Cardeais católicos impressionados com aumento de Barack Obama ao poder pode ser encorajados a eleger o primeiro papa negro, de acordo com um teólogo brasileiro, uma vez silenciados pelo cardeal Joseph Ratzinger antes de se tornar papa.
Leonardo Boff disse que as chances de um Africano como o Cardeal Peter Turkson de Gana se tornar o próximo pontífice são slim depois que o papa Bento XVI nomeou mais de 117 cardeais que vai escolher seu sucessor em um conclave no próximo mês. Ainda assim, a eleição de Obama como presidente dos EUA pode abrir velha guarda do Vaticano para mudar, aliviando oposição à contracepção sacerdotes e as mulheres, disse ele.

Leonardo Boff disse que as chances de um Africano como o Cardeal Peter Turkson de Gana se tornar o próximo pontífice são slim depois que o papa Bento XVI nomeou mais de 117 cardeais que vai escolher seu sucessor em um conclave no próximo mês. Fotógrafo: Gregorio Borgia / AP Photo
"Sem dúvida a presença de Obama vai ser sentida entre os cardeais", Boff, ex-frade franciscano um que estudou com Ratzinger na Universidade de Munique, em 1960, disse em uma entrevista por telefone. "Nós já temos um presidente negro, então por que não um presidente negro religioso?"
Boff foi um expoente inicial da Teologia da Libertação , um movimento iniciado por sacerdotes da América Latina durante a Guerra Fria, que ficou do lado de pobres da região. Como chefe doutrinário do Vaticano escritório, Ratzinger acusou a campanha de tendências marxistas, e em 1985 ele silenciou Boff para a publicação de um livro crítico da liderança da igreja. Boff deixou a igreja em 1992, mais tarde, acusando o futuro papa de " terrorismo religioso ".

"Fracasso" de Bento XVI

Enquanto o Boff, de 74 anos de idade, disse que respeita intelecto Bento, chamou-o de "autoritário" e "fracasso" um como Papa, citando a sua manipulação de um escândalo de abuso sexual que levou a acusações de pedofilia contra milhares de sacerdotes e sacudiu o núcleo da missão da Igreja como portadora da moralidade.
"Bento nunca questionou uma das causas da pedofilia, que é a sexualidade dos padres e educação sexual nos seminários", Boff disse em uma entrevista de 15 de fevereiro de Araras, uma aldeia agrícola e turístico enclave nas colinas cobertas de selva fora do Rio de Janeiro. "Ele considera o celibato uma lei imutável."
Um Africano ou da América Latina papa com experiência de vida pastoral seria mais sensível à necessidade de renovação, e poderia usar seu poder monárquico, sozinho, reversa doutrina sobre o celibato e outras questões polêmicas, disse ele.
"Tudo depende do papa vindo do terceiro mundo", disse Boff, autor de mais de 60 livros sobre religião e assessor de grupos de protesto políticos, incluindo o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra do Brasil. "Continuidade não será suficiente agora. Tivemos alguém que era inteligente, mas como papa, ele foi um fracasso. "

Reação do Vaticano

Um oficial sênior do Vaticano disse que o papa chamando uma falha devido a escândalos sexuais na igreja é como culpar Obama por fraqueza na economia global. Enquanto um pontífice Africano pode ser eleito, de pensar que ele reverter ensino sobre contracepção ou mulheres sacerdotes é pensar um não-católico poderia tornar-se papa, disse o funcionário, que pediu para não ser identificado porque o Vaticano deliberações são confidenciais.
O conclave para escolher o próximo papa pode ter lugar até 15 de Março, se todos os cardeais votantes chegar em Roma no tempo, porta-voz da Santa Sé , Federico Lombardi, disse em uma coletiva de imprensa em 16 de fevereiro. Autoridades do Vaticano gostaria de ter um novo papa no lugar antes da Páscoa, feriado mais importante do catolicismo, que é em 31 de março deste ano, diariamente Repubblica informou em 17 de fevereiro.
Da América Latina, Honduras Oscar Rodriguez Maradiaga é um cardeal capazes de modernizar a instituição milenar e inspirando um rebanho cada vez menor, disse Boff. Ele disse que uma escolha mais provável, com maior tração entre a liderança do Vaticano, Turkson é de Gana, que está atualmente em segundo atrás de Milan Arcebispo Angelo Scola na corrida para suceder Bento, de acordo com a Dublin com base em apostas Paddy Power Plc.

"Semi-revolucionária"

Enquanto Boff disse que não sabe Turkson pessoalmente, ele disse que seus comentários em favor de uma igreja mais africanizadas são "semi-revolucionária" para a Santa Sé. Turkson disse que a escolha de um papa do mundo em desenvolvimento, onde mais de metade do mundo 1,2 bilhões católicos vivem, seria um longo caminho para o fortalecimento da influência da Igreja em países emergentes.
Enquanto três papas nos primeiros dias da igreja veio de África do Norte, no momento em territórios sob domínio romano império, não houve Papa Africano na era moderna.
Escolhendo um latino-americano ou Africano papa poderia também ajudar as finanças do Vaticano em um momento em paróquias na Alemanha e os EUA ainda estão se recuperando do custo dos processos judiciais e atendimento igreja diminuição provocada pelo escândalo de abuso sexual, disse Boff.
"O Vaticano enfrenta uma enorme crise financeira, porque as suas duas maiores fontes de financiamento estão caindo aos pedaços", disse ele. "A igreja, por necessidade financeira, vai optar por se tornar uma igreja mais simples."

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Alemanha: Salários reais são hoje mais baixos que em 2000

FONTE: esquerda.net

Foto: Trabalhadores do sindicato dos serviços alemão (Ver.Di) em greve

Os salários aumentaram mas não o suficiente. Tendo em conta a inflação, os alemães ganham menos hoje que em 2000. Segundo alguns especialistas, aumento dos salários na Alemanha poderia ajudar a ultrapassar a crise do Euro.


Os trabalhadores alemães têm novamente um pouco mais de dinheiro para gastar. Os salários reais, ou seja, tendo em conta o efeito da inflação, aumentarem nos últimos três anos. Mas, ainda assim, são mais baixos que no milénio anterior. É isso que demonstram os recentes cálculos do Instituto de Investigação Económica e Social (WSI)
Nos últimos três anos os salários aumentaram 1,2%, depois 1,0% e, por fim, 0,6%; contudo, as perdas acumuladas dos anos anteriores não foram compensadas, afirmou na passada terça-feira Reinhard Bispinck, um especialista em salários do WSI. De acordo com o Instituto de Investigação Económica e Social, entre 2000 e 2012, os salários brutos desceram sensivelmente 1,8%. A conjuntura económica desfavorável e as reformas laborais (particularmente as reformas Hartz) têm, desde 2000, aumentado a pressão sobre os salários. Para além disso, o crescimento dos setores de remunerações baixas tem agravado esta tendência, segundo o mesmo instituto.
Os salários negociados pelos sindicatos tiveram uma subida mais acentuada que os salários no seu todo, disse Bispinck. Em termos reais, os salários negociados pelos sindicatos aumentaram 6,9% no ano passado, em relação a 2000.
“Isso significa que a negociação sindical dos salários na última década, mais do que nunca, foi a espinha dorsal da evolução salarial na Alemanha”, disse o especialista da WSI.
A discrepância mantém-se
Bispinck analisou também o desenvolvimento dos rendimentos do capital, empresariais e também oriundos do trabalho. “A discrepância mantém-se”, nota o economista.
Os seus cálculos mostram que, entre 2000 e 2012, os rendimentos do capital e os lucros empresariais aumentaram cerca de 50% - com uma desaceleração em 2009, como resultado da crise económica.
Os salários nominais cresceram apenas cerca de 24%. Apesar da instabilidade das taxas de juro terem afetado o rendimento do capital, os salários têm vindo a melhorar. Uma procura interna forte é importante para a estabilidade económica, diz Bispinck. E acrescenta “o aumento em massa do poder de compra através do aumento dos salários é, por isso, essencial”.
Alguns economistas, como Peter Bofinger, defendem um forte aumento salarial para estimular a procura interna e, assim, estabilizar a crise do Euro. Mark Carney - que será o próximo Governador do Banco da Inglaterra – afirmou, perante uma comissão parlamentar em Londres, que um aumento dos salários na Alemanha poderia atenuar a crise do Euro, dado que o aumento dos rendimentos estimula o consumo.

Jornalista francês desmonta farsa da agente da CIA Yoani Sánchez


FONTE: esquerdopata

O jornalista nem perguntou como é que ela, pobrezinha, tem tudo  que diz que só os dirigentes do governo cubano têm. O governo poderia facilmente deixá-la sem celular, sem banda larga e sem laptop, mas não faz isso. Poderia ter feito quando ela voltou da Suíça e montou um blog violentamente anticubano e pró-americano, mas nunca fez nada, nem ameaçou uma total e completa desconhecida do mundo. A situação ficou tão constrangedora que a palhaça inventou uma agressão que ninguém viu, apesar dela avisar a mídia do mundo inteiro, que constatou a ausência de qualquer sinal de agressão. Pessoas não-identificadas agrediram-na sem deixar uma marca e não tomaram seu celular, nem seu inseparável laptop, coisas que ela diz que os  cubanos não têm acesso. Aparentemente o governo cubano fornece celulares, laptops e acesso à internet somente para os inimigos da revolução, gente que dá entrevista ao vivo para a rádio Jovem Pan e a Globo, que liga da CADEIA para o Estadão, que fala para o mundo inteiro, o tempo inteiro, para explicar o quanto eles não podem se manifestar livremente, tadinhos...

Entrevista completa AQUI no Opera Mundi
Salim Lamrani

Yoani Sánchez é a nova personalidade da oposição cubana. Desde a criação de seu blog, Generación Y, em 2007, obteve inúmeros prêmios internacionais: o prêmio de Jornalismo Ortega y Gasset (2008), o prêmio Bitacoras.com (2008), o prêmio The Bob's (2008), o prêmio Maria Moors Cabot (2008) da prestigiada universidade norte-americana de Colúmbia. Do mesmo modo, a blogueira foi escolhida como uma das 100 personalidades mais influentes do mundo pela revista Time(2008), em companhia de George W. Bush, Hu Jintao e Dalai Lama. Seu blog foi incluído na lista dos 25 melhores do mundo do canal CNN e da Time(2008). Em 30 de novembro de 2008, o diário espanhol El País a incluiu na lista das 100 personalidades hispano-americanas mais influentes do ano (lista na qual não apareciam nem Fidel Castro, nem Raúl Castro). A revista Foreign Policy, por sua vez, a considerou um dos 10 intelectuais mais importantes do ano, enquanto a revista mexicana Gato Pardofez o mesmo para 2008.

O encontro com a jovem dissidente de fama controvertida não ocorreu em algum apartamento escuro, com as janelas fechadas, ou em um lugar isolado e recluso para escapar aos ouvidos indiscretos da "polícia política". Ao contrário, aconteceu no saguão do Hotel Plaza, no centro de Havana Velha, em uma tarde inundada de sol. O local estava bem movimentado, com numerosos turistas estrangeiros que perambulavam pelo imenso salão do edifício majestoso que abriu suas portas no início do século XX. 

Yoani Sánchez vive perto das embaixadas ocidentais. De fato, uma simples chamada de meu contato ao meio-dia permitiu que combinássemos o encontro para três horas depois. Às 15h, a blogueira apareceu sorridente, vestida com uma saia longa e uma camiseta azul. Também usava uma jaqueta esportiva, para amenizar o relativo frescor do inverno havanês.



Foram cerca de duas horas de conversa ao redor de uma mesa do bar do hotel, com a presença de seu marido, Reinaldo Escobar, que a acompanhou durante uns vinte minutos antes de sair para outro encontro. Yoani Sánchez mostrou-se extremamente cordial e afável e exibiu grande tranquilidade. Seu tom de voz era seguro e em nenhum momento ela pareceu incomodada. Acostumada aos meios ocidentais, domina relativamente bem a arte da comunicação. 

...
SL - Justamente, a senhora não tem a impressão de que a imprensa ocidental a usa porque a senhora preconiza um "capitalismo sui generis" em Cuba?

YS - Não sou responsável pelo que a imprensa faz. Meu blog é uma terapia pessoal, um exorcismo. Tenho a impressão de que sou mais manipulada em meu próprio país do que em outra parte. O senhor sabe que existe uma lei em Cuba, a lei 88, chamada lei da "mordaça", que põe na cadeia as pessoas que fazem o que estamos fazendo.

SL - O que isso quer dizer?

YS - Que nossa conversa pode ser considerada um delito, que pode ser punido com uma pena de até 15 anos de prisão.

SL - Perdoe-me, o fato de eu entrevistá-la pode levá-la para a cadeia?

YS - É claro!

SL - Não tenho a impressão de que isso a preocupe muito, pois a senhora está me concedendo uma entrevista em plena tarde, no saguão de um hotel no centro de Havana Velha.

YS - Não estou preocupada. Esta lei estipula que toda pessoa que denuncie as violações dos direitos humanos em Cuba colabora com as sanções econômicas, pois Washington justifica a imposição das sanções contra Cuba pela violação dos direitos humanos.

SL - Se não me engano, a lei 88 foi aprovada em 1996 para responder à Lei-Helms Burton e sanciona sobretudo as pessoas que colaboram com a aplicação desta legislação em Cuba, por exemplo fornecendo informações a Washington sobre os investidores estrangeiros no país, para que estes sejam perseguidos pelos tribunais norte-americanos. Que eu saiba, ninguém até agora foi condenado por isso.

Falemos de liberdade de expressão. A senhora goza de certa liberdade de tom em seu blog. Está sendo entrevistada em plena tarde em um hotel. Não vê uma contradição entre o fato de afirmar que não há nenhuma liberdade de expressão em Cuba e a realidade de seus escritos e suas atividades, que provam o contrário?

YS - Sim, mas o blog não pode ser acessado desde Cuba, porque está bloqueado.

SL - Posso lhe assegurar que o consultei esta manhã antes da entrevista, no hotel.

YS - É possível, mas ele permanece bloqueado a maior parte do tempo. De todo modo, hoje em dia, mesmo sendo uma pessoa moderada, não posso ter nenhum espaço na imprensa cubana, nem no rádio, nem na televisão.

SL - Mas pode publicar o que tem vontade em seu blog.

YS - Mas não posso publicar uma única palavra na imprensa cubana.

SL - Na França, que é uma democracia, amplos setores da população não têm nenhum espaço nos meios, já que a maioria pertence a grupos econômicos e financeiros privados.

YS - Sim, mas é diferente(Nota do esquerdopata: ela não pode publicar nada no Granma e eu não posso na Folha/Veja/Globo, mas é diferente. Diferente no quê?)

SL - A senhora recebeu ameaças por suas atividades? Alguma vez a ameaçaram com uma pena de prisão pelo que escreve?

YS - Ameaças diretas de pena de prisão, não, mas não me deixam viajar ao exterior. Fui convidada há pouco para um Congresso sobre a língua espanhola no Chile, fiz todos os trâmites, mas não me deixam sair.


Leia mais em: Blog Sujo : Jornalista francês desmonta farsa da agente da CIA Yoani Sánchez
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PSB SOBE TOM DE CRÍTICAS AO GOVERNO DILMA

FONTE: brasil247

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Com a possibilidade cada vez mais próxima e real do governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, lançar-se candidato à Presidência, muitos correligionários estão subindo o tom das críticas ao governo e à própria presidente; último lance veio do vice-presidente da sigla, Roberto Amaral, que disse que Dilma é lenta para tomar decisões e pouco aberta ao diálogo, muito embora tenha reafirmado a permanência da legenda na base governista.


PE247 - Com a possibilidade cada vez mais próxima e real do governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, lançar-se candidato à Presidência da República em 2014, muitos correligionários estão subindo o tom das críticas ao governo e também contra a própria  Dilma Rousseff (PT).  O  último lance nesta direção veio do vice-presidente da sigla socialista, Roberto Amaral, que disse a presidente é lenta para tomar decisões e pouco aberta ao diálogo.  Embora, afirme que o partido está ao lado da presidente e que é necessário ajuda-la a vencer 2013, Amaral soltou o verbo ao dizer que “ela não tem respondido nossas críticas do jeito que gostaríamos. Respeitamos a presidente Dilma, mas isso não quer dizer que a gente deixe de dar nossa contribuição crítica. O dever do aliado é ser crítico”, disse em entrevista à Rádio Folha FM.
Apesar de bater duro contra a presidente, Amaral se valeu do discurso utilizado por Eduardo Campos acerca do pleito majoritário do próximo ano. “Em vez de discutirmos eleições, devemos discutir a crise. Vamos ajudar a vencer 2013. Se não conseguirmos podemos tomar outra atitude, mas no momento estamos com a presidente. Não será o PSB que irá encurtar o mandato da presidente Dilma”, garantiu.
O ano de 2013 é considerado decisivo pelo PSB. O desempenho da economia – associado a formação de alianças e ao desempenho dos prefeitos eleitos pelo partido no último leito – é visto como essencial para o lançamento da candidatura de Eduardo rumo ao Planalto. Caso o desempenho da economia fique aquém do esperado, Eduardo poderá posicionar-se como uma alternativa ao modelo petista de gestão, mantendo o mote das conquistas obtidas pelo Partido dos Trabalhadores  nos últimos anos. Neste caso, o modelo de renovação é a chave do discurso a ser adotado.
Já o presidente estadual do PT, deputado federal Pedro Eugênio, rebateu as críticas de Amaral e lembrou que os socialistas integram a base governista, incluindo com o comando do Ministério da Integração Nacional e da Secretaria de Portos. “Antes de emitir qualquer opinião, seria bom ele falar com o presidente do partido dele, com os ministros que integram o governo Dilma, Com o ministro Fernando Bezerra (integração) e Leônidas Cristino (Portos), já que eles fazem parte do governo e, talvez, sejam responsáveis por essa agilidade”, declarou ao jornal Folha de Pernambuco. “Sugiro que ele, que é vice-presidente do partido, esclareça se está falando por si – porque muitas vezes ele pode estar desinformado – ou se está falando pelo presidente do partido”, complementou. 

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

A IMPRENSA BRASILEIRA NÃO É DEMOCRÁTIC

FONTE: brasil247

Emir  Sader 
Ela é um resquício sobrevivente do passado oligárquico do Brasil, que começa a ser superado por governos a que – obviamente – essa imprensa se opõem frontalmente












EMIR SADER


* originalmente publicado na Carta Maior
A imprensa tradicional brasileira, a velha mídia, não é democrática, de qualquer ponto de vista que seja analisada.

Antes de tudo, porque não é pluralista. Do editorial à ultima página, a visão dos donos da 
publicação permeia tudo, tudo é editorializado. Não podem, assim, ter espaço para várias interpretações da realidade, deformada, esta, pela própria interpretação dominante na publicação, do começo ao fim.

Não é democrática porque não contém espaços para distintos pontos de vista nas páginas de debate, com pequenas exceções, que servem para confirmar a regra. 

Não é democrática porque expressa o ponto de vista da minoria do país, que tem sido sistematicamente derrotada desde 2002, e provavelmente seguirá sendo derrotada. Não expressa a nova maioria de opinião política que elegeu e reelegeu Lula, elegeu e provavelmente reelegerá a Dilma. A imprensa brasileira expressa a opinião e os interesses da minoria do país.

Não é democrática, porque não se ancora em empresas públicas, mas em empresas privadas, que vivem do lucro. Assim, busca retorno econômico, o que faz com que dependa, essencialmente, não dos eventuais leitores, ouvintes ou telespectadores, mas das agências de publicidade e das grandes empresas que ocupam os enormes espaços publicitários. 

São empresas que buscam rentabilidade para sobreviver. Que não se interessam por ter mais público, mas público “qualificado”, isto é, o de maior poder aquisitivo, para mostrar às agências de publicidade que devem anunciar aí. São financiadas, assim, pelas grandes empresas privadas, com quem têm o rabo preso, contra cujos interesses não vão atuar, o que seria dar um tiro no próprio pé.

Não bastasse tudo isso, as grandes empresas da mídia privada são empresas de propriedade familiar. Marinho, Civita, Frias, Mesquita – são não apenas os proprietários, mas seus familiares ocupam os postos decisivos dentro de cada empresa. Não há nenhuma forma de democracia no funcionamento da imprensa privada - são oligarquias, que escolhem entre seus membros os seus sucessores. Nem sequer pro forma há formas de rotatividade. Os membros das famílias ficam dirigindo a empresa até se aposentarem ou morrerem, e designam o filho para sucedê-los.

Tampouco há democracia, nem sequer formal, nas redações dessas empresas. Não são os jornalistas que escolhem os editores. São estes nomeados – e eventualmente demitidos – pelos donos da empresa, os que decidem as pautas, que têm que ser realizadas pelos jornalistas, com as orientações editorializadas da direção. 

Uma mídia que quer classificar quem – partidos, governos etc. – é democrático, é autoritária, ditatorial, no seu funcionamento, tanto na eleição dos seus dirigentes, quanto na dinâmica das suas redações.

Como resultado, não é estranho que essa mídia tenha estado ferreamente contra os mais populares e os mais importantes dirigentes políticos do Brasil – Getúlio e Lula. Não por acaso estiveram contra a Revolução de 30 e a favor do movimento contrarrevolucionário de 1932 e o golpe de 1964, que instalou a mais a sangrenta ditadura da nossa história. 

Coerentemente, apoiaram os governos de Fernando Collor e de FHC, e se erigiram em direção da oposição aos governos do Lula e da Dilma.

Em suma, a velha imprensa brasileira não é democrática, é um resquício sobrevivente do passado oligárquico do Brasil, que começa a ser superado por governos a que – obviamente – essa imprensa se opõem frontalmente.

A democratização do país começou pelas esferas econômica e social, precisa agora chegar urgentemente às esferas políticas – Congresso, Judiciário – e à imprensa. 

País democrático não é só aquele que distribui de forma relativamente igualitária os bens que a sociedade produz, mas o que tem representações políticas eleitas pela vontade popular, e não pelo poder do dinheiro. E que forma suas opiniões de forma pluralista e não oligárquica. Um país em que ninguém deixa de falar, mas em que todos falam para todos.

Como manter um povo dócil

Blog da Cidadania por Eduardo Guimarães


A Nação Brasileira, por exemplo, é uma entre tantas outras nações do dito Terceiro Mundo que, talvez com menor êxito que na nossa, há séculos são mantidas sob estrito controle por uma discretíssima elite intelectual, econômica, financeira, étnica e regional.
Controle em que sentido? No sentido mais óbvio em um país com tanta injustiça social: o controle da revolta de um povo que, em parcela expressiva, ainda se vê privado de um mínimo de igualdade de oportunidades e, portanto, de esperança.
Já foi pior, mas ainda nos falta muito para dizer que o Brasil já é um país justo. A apropriação de renda por setores minúsculos da sociedade, como mostra nosso coeficiente de 0,5 no índice de Gini, é absurdamente perversa.
Não vou ficar me estendendo sobre como a vida ainda é dura no Brasil tanto nas cidades quanto no campo. Quem não souber disso não pode ser daqui. Concentremo-nos em como fazer dezenas e dezenas de milhões de brasileiros não se revoltarem com tal situação.
Para manter toda essa gente no limite da lei – em certa parte, muito perto desse limite e, em parte bem menor, além dele – requer-se alguma forma de controle não tão dura quanto no tempo da ditadura, mas ao menos inclemente em termos de intensidade e recursos.
Legiões de brasileiros não têm vida própria, sobretudo nas grandes cidades. Tornamo-nos máquinas a serviço do capital e da nossa própria subsistência em um mundo em que tudo custa muito dinheiro.
Tomemos como exemplo uma cidade como São Paulo, habitat deste que escreve. Uma parcela descomunal desta população não tem mais do que alguns minutos para si nos dias úteis, espremida entre o horário de trabalho e deslocamento de ida e volta a ele e a hora de dormir.
Como manter tanta gente entretida para que, em dado momento, não “surte” ou caia em profunda depressão, tornando-se “economicamente inativa”?
O segredo está nos meandros da mente humana. A vida precisa, se não de um objetivo, ao menos de um alívio diante da adversidade. Mas não só. Precisa de grandes causas. E não precisam ser grandes na importância intrínseca, mas, ao menos, no número de adeptos.
O futebol, por exemplo. Que importância tem para além de nos ter projetado no mundo como um país de garotos habilidosos com uma bola? Nenhuma, claro. Não chega a engradecer uma nação que legiões de jovens pobres apostem no esporte como um dos principais meios de ingresso em uma vida melhor, ao lado da música popular.
Oxalá fôssemos um país que se notabilizasse pelos jovens que se destacam em áreas importantes do conhecimento ou como campeões nos estudos em nível mundial. Na falta disso, sobra-nos o futebol.
Fama, fortuna, mulheres… De repente, um garoto que até alguns anos antes vivia em uma comunidade paupérrima, torna-se milionário. Muitos sucumbem.
Muitos, aliás, não. São poucos os que chegam a obter tanto. Pouquíssimos. Mas isso não afasta legiões imensas de candidatos a “craque”. A fartura de candidatos, aliás, é o que nos permite localizar tantos “gênios” da bola.
Muito provavelmente, se este país oferecesse outras oportunidades tão atraentes em áreas em que mais de nós pudessem ter chance, talvez aparecessem menos craques de futebol.
E como se leva esse esporte a sério, no Brasil. Aliás, há que dizer que, viajando pela América Latina e por países europeus ao longo da vida, sempre ouvi nos dizerem “fanáticos”.
E não somos? Não me refiro a brigas em Estádios, porque essas há em qualquer país. Refiro-me a casos como o de um rapaz que pediu demissão para acompanhar seu time em uma final de campeonato no exterior ou do pai de família que tira do sustento dela para gastar indo a jogos de bola em Estádios.
Exaltar a sexualidade do povo também lhe dá um bom motivo para viver.
Dos programas de televisão em que o ideal feminino para milhões de meninas aparece como o de se tornar um pedaço de carne desfrutável sob estereótipos de beleza ao alcance de uma ínfima minoria de mulheres ao cume da erotização de uma sociedade, inclusive em seus estratos mais jovens, com o Carnaval.
Há pouco, pelas ruas do Brasil, vimos milhões de brasileiros alegres, parecendo ser as pessoas mais felizes da Terra e, o que é mais irônico, sendo, em realidade de grande parte, pessoas muito pobres e às quais falta o básico ou um pouco menos do que o básico.
Pessoas paupérrimas chegam a despender recursos que lhes fazem muita falta comprando fantasias para sair em escolas de samba de modo a mergulharem na viagem imaginária de riqueza, glamour e fama que o Carnaval propicia.
Finalmente, há “calmantes sociais” para os mais pacatos, tais como novelas ou cultos religiosos, com a diferença, entre estes, de que um distancia o paciente de sua própria vida e o outro o aproxima dela e lhe dá esperança de dar a volta por cima “pela Graça de Deus” ou, então, o faz se conformar com a “Vontade Divina” de que seja tão pobre.
Diante de tantas opções não sobra tempo para exigir justiça social ou procurar saber o que aqueles que elege para melhorar sua vida estão fazendo por essa causa. É bem menos chato mergulhar em tudo que o Brasil oferece para amortecer consciências.

Renúncia do papa não deverá mudar perfil conservador da Igreja Católica


Renúncia do papa não deverá mudar perfil conservador da Igreja Católica
Para Frei Betto, Bento XVI será o principal cabo eleitoral no conclave da sucessão
Publicado em 14/02/2013, 19:22
Última atualização em 15/02/2013, 09:15

São Paulo – A saída do papa Bento XVI e a eleição de seu sucessor não devem apontar para mudanças significativas na postura conservadora da Igreja Católica. "Ele vai ser o principal cabo eleitoral do conclave na sucessão. Então não vão eleger ninguém que não seja do seu agrado. Ele mesmo vai soprar dois ou três nomes", avalia o teólogo e escritor Frei Betto. "Seja quem for eleito, vai depender dele enquanto ele estiver vivo. Nós só vamos conhecer o novo papa depois que Bento XVI morrer. Porque jamais o sucessor ousará desagradá-lo."
Na opinião do professor Jorge Claudio Ribeiro, do Departamento de Ciências da Religião da PUC de São Paulo, as mudanças são uma questão de sobrevivência para a Igreja Católica. “Ou a Igreja muda ou se tornará irrelevante, por dois motivos: vai perder a credibilidade e por causa disso vai perder fiéis. Já está perdendo, mas vai perder definitivamente”, analisa Ribeiro. Para ele, especulações sobre se o papa será ou não da América do Sul, por exemplo, ser negro ou branco, são irrelevantes diante de algo mais importante. “O que precisa é alguém com olhar atento e amoroso para as pessoas. Não tem cabimento um papa reprovar a homossexualidade nos dias de hoje. Onde é que tem na Bíblia que Jesus reprovava?” 
Mas o conservadorismo, uma das marcas de Bento XVI, não abandonará o Vaticano após o conclave que elegerá o novo papa em meados de março. O papa renuncia, mas manterá o poder, acredita Frei Betto. Não haverá mudanças em questões como celibato, participação das mulheres na Igreja, reconhecimento do casamento entre homossexuais e outras. “Tudo isso vai continuar fechado enquanto Bento XVI estiver vivo. Mesmo que o novo papa esteja disposto a abrir o debate sobre essas questões”, arrisca o frade dominicano, que acha difícil apontar favoritos entre os cardeais na sucessão, à medida que o atual papa manterá sua influência. “Isso tudo é especulação. Mas eu acredito que vai ser um europeu, porque Bento XVI vai ser o principal cabo eleitoral. E a minha avaliação é que ele não escolherá um não-europeu.”

Fatores da renúncia

Para Frei Betto, embora a renúncia seja, “primeiro, um grande gesto de humildade, o que para Igreja é muito importante”, há também fortes motivações políticas para a atitude de Bento XVI. “Acho que é o resultado não só do estado de saúde dele e da idade avançada, mas de outros cinco fatores: os casos de pedofilia na Igreja, a corrupção no banco do Vaticano, o vazamento de documentos sigilosos, a traição do mordomo e o desgaste da Igreja Católica na Europa.” Como exemplo desse desgaste, o escritor diz que em países como Bélgica e Holanda, por exemplo, são realizados seminários que ficam praticamente vazios. 
Segundo o próprio papa, o motivo principal foi sua saúde e idade avançada. “Cheguei à certeza de que, pela idade avançada, já não tenho forças para exercer adequadamente o ministério petrino”, disse ele no comunicado em que tornou pública a renúncia, na última segunda-feira (11).
Entre os atuais 209 cardeais da Igreja Católica, 118 têm direito a voto (ainda não têm 80 anos). Cinco são brasileiros: Geraldo Magella, arcebispo emérito de Salvador; Raymundo Damasceno, cardeal-arcebispo de Aparecida; João Braz Avis, ex-arcebispo de Brasília, atual prefeito da Congregação para a Vida Consagrada; Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo; e Odilo Scherer, cardeal-arcebispo de São Paulo. Bento XVI deveria vir ao Brasil em julho, para a Jornada Mundial da Juventude.
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