segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Unesco reconhece Palestina e sofre boicote dos Estados Unidos


Fonte: www.dw-world.de



Entidade da ONU é a primeira a admitir Palestina como membro pleno – em protesto, EUA suspendeu apoio financeiro à Unesco. Mesmo diante de oponentes imbatíveis, estratégia palestina é manter-se no centro do debate.


A admissão da Palestina como membro pleno da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), marca, para os palestinos, um "momento histórico". Nesta segunda-feira (31/10) em Paris, a agência foi a primeira do sistema ONU a reconhecer a região autônoma do Oriente Médio, com apoio de 107 membros. "Este é certamente um momento histórico que dá à Palestina alguns de seus direitos", considerou Riyad al-Malki, ministro do Exterior da Autoridade Palestina.
"É um pilar político dentre os muitos que fazem parte da nossa batalha para ganhar a independência, e eu acredito que estamos mais perto dela do que nunca", comentou Sabri Saidam, conselheiro do presidente palestino, Mahmoud Abbas. Segundo ele, a admissão não deixa de transmitir uma mensagem a todos aqueles que se opõem à moção palestina no Conselho de Segurança, que pede a busca a aceitação do Estado da Palestina como membro das Nações Unidas.
Para Glen Rangwala, especialista da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, a adesão não muda muito a atual situação dos palestinos, mas tem caráter simbólico importante entre a comunidade internacional. "Essa admissão na Unesco não é muito significativa dentro do processo todo de reconhecimento do Estado palestino, mas aumenta a pressão dentro do Conselho de Segurança, de fato", disse em entrevista à Deutsche Welle.
Da lista de 185 países aptos a participar da votação desta segunda-feira em Paris, 173 manifestaram sua opinião: 107 votos a favor, 14 contrários e 52 abstenções - 12 não estavam presentes. Estados Unidos, Alemanha e Canadá estão entre os que se opuseram à entrada da Palestina na Unesco. Brasil, Rússia, China, África do Sul, França e Reino Unido declararam apoio aos palestinos.
Boicote econômico
Poucas horas depois da adesão plena da Palestina, os Estados Unidos anunciaram um boicote à Unesco. A contribuição de novembro, no valor de 43 milhões de euros, não será paga, informou o Departamento de Estado Norte Americano.
"Os Estados Unidos são claramente a favor da solução de dois Estados, mas o único caminho é por meio de negociações diretas e não há atalhos, e iniciativas como a de hoje são contraprodutivas", declarou David T. Killion, embaixador norte-americano na Unesco.
A Alemanha justificou seu voto contra alegando que o reconhecimento da Palestina pela Unesco pode prejudicar "o já difícil indireto diálogo" entre israelenses e palestinos, disse um porta-voz do Ministério do Exterior, em Berlim.
Israel disse que está reconsiderando sua cooperação com a organização. "Isto é uma tragédia para a Unesco... A Unesco lida com ciência, e não com ficção científica, porém a organização adotou a ficção científica como realidade", declarou Nimrod Barkan, embaixador israelense junto à Unesco, imediatamente à votação.
Em nota, o Ministério israelense do Exterior afirmou que essa manobra palestina, assim como outros passos dados em outras organizações da ONU, demonstra "rejeição aos esforços da comunidade internacional para o avanço do processo de paz".
"Não é esperado num futuro próximo que os Estados Unidos permitam que a Palestina seja aceita como membro pleno das Nações Unidas", observa Glen Rangwala. Por outro lado, o especialista acredita que a Palestina tem obtido bastante sucesso em sua estratégia: manter o tema "quente" – e na agenda da ONU.
A expectativa é que a Autoridade Palestina continue tentando "ganhar espaço pelas beiradas" e busque apoio em outras organizações do sistema das Nações Unidas – aquelas que não exijam, necessariamente, o consentimento dos Estados Unidos.
"Ninguém nega que a Palestina só será de fato um Estado independente quando houver a aceitação de Israel", pontuou Glen Rangwala. Para o pesquisador, as negociações efetivas de paz ainda vão levar tempo considerável e, até lá, os palestinos farão de tudo para que essas conversas "aconteçam em pé de igualdade".
Sobre o Conselho de Segurança recai a missão de analisar o pedido de reconhecimento do Estado Palestino feito por Mahmoud Abbas, em setembro último. No entanto o mundo já sabe que, caso o grupo decida aceitar a região como um país independente,os palestinos esbarrarão no veto dos Estados Unidos.
Autora: Nádia Pontes
Revisão: Francis França

Brasileiros equilibram menos trabalho e vida pessoal


Por Adriana Fonseca | Valor
SÃO PAULO - Os executivos brasileiros estão menos satisfeitos com o equilíbrio entre vida familiar e profissional do que os líderes de outros países. A conclusão é do estudo International Family-Responsible Employer Index (Ifrei) 2011, realizado pela IESE Business School e ISE - Educação Executiva.
De acordo com o levantamento, que ouviu 5.500 executivos de alta gerência dos cinco continentes — sendo 300 brasileiros — 12% dos homens e 13% das mulheres no Brasil estão plenamente satisfeitos com a relação trabalho-família. Na média global, 27% dos homens e 29% das mulheres se dizem absolutamente contentes com esse equilíbrio.
Essa disparidade acontece, em boa parte, por conta das políticas de recursos humanos adotadas pelas companhias. Cesar Bullara, coordenador do Ifrei 2011, explica que práticas que ajudam a equilibrar vida pessoal e profissional como a flexibilidade no horário de trabalho e a possibilidade de fazer “home office” são mais disseminadas nas empresas europeias do que nas brasileiras. “De uma forma geral, o brasileiro tem uma jornada de trabalho mais rígida, que pode afetar seu grau de satisfação com a relação trabalho-família”, diz Bullara. O estudo também mostra que mais mulheres disseram ter uma baixa satisfação nesse quesito — 17% ante 10% dos homens.
O especialista ressalta que o cuidado com os filhos e a casa ainda recai sobre elas e, por esse motivo, fica mais difícil para as mulheres conciliar as agendas pessoal e profissional. A satisfação, porém, melhora um pouco entre as profissionais que têm chefes do mesmo sexo. “Talvez por terem necessidades semelhantes, as líderes mulheres consigam ajudar mais suas subordinadas  a encontrar um equilíbrio entre trabalho e família”, justifica Bullara.
De acordo com o estudo, um ambiente “familiarmente responsável” traz vantagens para as empresas como um comprometimento maior das equipes. “Um ambiente que possibilita a conciliação entre trabalho e família aumenta a produtividade e cria vínculos mais duradouros entre empresa e funcionário”, afirma. Nessas empresas, as pessoas confiam mais nos líderes e sentem que suas opiniões são realmente consideradas. Além disso, nota-se uma intenção menor dos trabalhadores de trocar de emprego.
Para ser considerada uma empresa “familiarmente responsável”, diversos itens são levados em conta. Entre eles estão políticas que envolvem jornadas flexíveis de trabalho, líderes que se preocupam com as necessidades pessoais de seus funcionários e valorização pelos resultados alcançados.
(Adriana Fonseca | Valor)

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

“Nem só de Copa do Mundo vive um país”



Por Gabriel Medina
Fonte
Portal PT - 23/10/2011

A vinda da Copa do Mundo ao Brasil merece uma comemoração, pois reflete a política internacional exitosa de um país com crescimento econômico, inclusão social e um forte papel indutor do Estado.
Despontamos como uma das potências do mundo e poderemos dar uma enorme visibilidade à nossa riqueza cultural, à nossa beleza natural e contribuir para incrementar nossa economia.
Por outro lado, se o Brasil não se preparar, pode trazer problemas preocupantes como aumento da prostituição, maior segregação social e danos a direitos sociais conquistados (como no caso o direito à meia entrada para estudantes, política que deve ser universalizada com o Estatuto da Juventude).
É interessante observar como a mídia abordou a aprovação do Estatuto da Juventude . Não foi constatada nenhuma avaliação positiva sobre a construção de um marco legal que convoca a sociedade a ter uma atenção social para este período da vida pelo qual passam 50 milhões de brasileiros.
Ao contrário de serem vistos como sujeitos de direitos, capazes de participar da construção do país, os estereótipos sobre os jovens são sempre com cunho negativo, os imputam irresponsabilidade, alienação, apatia, rebeldia, enfim, um conjunto de características que reforçam ações de caráter repressivo ou mesmo repulsivos.
Inúmeras pesquisas têm demonstrado que a juventude espelha muito a sociedade que vivemos e que seus valores e opiniões sobre o mundo não são tão diferentes dos presentes no mundo adulto.
Os únicos aspectos destacados na cobertura da imprensa deram destaque a capítulos que geram “gastos” ao Estado ou a setores do mercado, mas a maior preocupação foi dada a proposta de meia-entrada em eventos culturais e esportivos, principalmente com destaque para os problemas com a Copa do Mundo, diga-se de passagem com a FIFA.
A proposta de meia-entrada para estudantes já existe em vários Estados do país, o que se procurou fazer foi universalizar a política para o território nacional com um claro objetivo de afirmar que a cultura e o esporte devem ser considerados direitos sociais, elementos fundamentais para a formação do desenvolvimento integral dos jovens e para a promoção da qualidade de vida.
Esporte e cultura não devem ser meras mercadorias em balcões de supermercados ou presentes em shopping center, e sim investimento social.
Cabe destacar um caso emblemático: o cinema, que não sobrevive mais nos centros da cidade, são operados por grandes empresas, a custos altos e pautados pela indústria cinematográfica dos Estados Unidos.
É preciso “desmercantilizar” a vida, recuperar o sentido do público no convívio na sociedade e permitir que uma nova geração tenha plenas condições de ter acesso ao patrimônio cultural produzido pela humanidade para que tenha plenas condições de construir novos valores e sociabilidades.
O estatuto não pretende prejudicar nenhum setor da cultura, principalmente os artistas que vivem de sua produção independente com dificuldade de se sustentar. A estes setores, defendo que o Estado crie mecanismos para subsidiar cadeias produtivas criativas, fundamentais para o nosso país.
Porém, existem setores da indústria cultural e esportiva que têm condições de diminuir o seu lucro e assumir o compromisso com a construção de um novo Brasil. Para facilitar o entendimento do leitor, não é assustador os ganhos mensais de um jogador de futebol de um time grande?
O país tem a responsabilidade de oferecer condições para que todos os jovens, independentemente de sua classe social, gênero, raça ou região possam viver a juventude, tempo que deve ser assegurado o direito ao tempo livre, à liberdade, à participação e não apenas período de preparação para a vida adulta.
Hoje em dia milhões de jovens não têm o direito de usufruir de uma educação de qualidade e em muitos casos são obrigados a trabalhar precocemente, sendo vítimas da precarização, informalidade. Ciclo de exclusão que marcará toda uma vida.
Ao despontar como uma das potências econômicas do mundo, o Brasil precisa que sua riqueza acumulada seja um patrimônio a serviço do desenvolvimento do seu povo, na busca da redução da pobreza, na diminuição da desigualdade e oferecimento de serviços públicos de qualidade universais.
Uma Copa do Mundo não pode limitar um país de exercer sua soberania, de aprofundar a construção de um novo processo civilizatório, marcado pela participação democrática e justiça social.
O Estatuto da Juventude precisa ser votado e sancionado pela Presidenta. Os direitos previstos nele, como a meia-entrada, precisam ser regulamentados e, inclusive, experimentados na Copa do Mundo.
É desta forma que o Brasil continuará sendo exemplo para o mundo. Reafirmando que os rumos de nosso país são determinados pelo Estado, que abre canais de diálogo com a sociedade cuja direção é orientada pelo bem comum e da defesa do público.
Nem só de Copa do Mundo vive um país!
Gabriel Medina é presidente do Conselho Nacional de Juventude e integra o Fórum Nacional de Movimentos e Organizações Juvenis – Fonajuves

BUSCA INCONSCIENTE DA TRISTEZA E SOFRIMENTO

por Andre Lima
 


Todos nós, conscientemente, dizemos querer uma vida melhor e mais feliz. No nível racional é o que surge nos nossos pensamentos. Desejamos melhores relacionamentos familiares, crescimento profissional e mais saude física e emocional. Entretanto, se pararmos para pensar um pouco sobre nossas atitudes, percebemos que fazemos ou deixamos de fazer várias coisas que acabam nos trazendo sofrimento.

Muitas vezes é fácil detectar esses comportamentos. É só você observar seus hábitos. Você se alimenta da forma que sabe que é melhor? Pratica exercícios de forma regular como sabe que deveria? Tem algum vicio que sabe que é nocivo mas não consegue parar (cigarro, bebida, jogo, chocolate e etc...)? Procura estudar e fazer o possível para crescer profissionalmente e ter uma vida financeira cada vez mais confortável sem precisar morrer de trabalhar? Você consegue selecionar amizades e relacionamentos saudáveis ou se pega em relações que trazem muitas vezes prejuízos emocionais e simplesmente não consegue se afastar? Se você sabe racionalmente que poderia fazer muitas coisas (muitas delas simples, fáceis e gratuitas) para melhorar a sua vida, porque você simplesmente não faz?

De uma forma ou de outra, em maior ou menor grau, todos nós buscamos de forma inconsciente, situações que nos fazem sofrer. Seja trabalhar demais, seja um relacionamento que não é saudável, seja o não cuidar da saude física e da alimentação. Se não houvesse essa busca inconsciente pelo sofrimento faríamos tudo para melhorar nossas vidas de forma fácil, intuitiva e sem qualquer esforço. Mas não é isso que observamos na maioria das pessoas. Existe algo que nos leva numa direção a qual não queremos no nível consciente. Lutamos para ser diferente mas muitas vezes não conseguimos.

De onde será que vem essa força interior negativa que nos faz procrastinar, que nos leva para vícios e comportamentos nocivos, que nos faz perder oportunidades e criar sofrimento? Tudo isso vem da negatividade acumulada, do nosso sofrimento interior já existente. São sentimentos negativos que temos guardados (conscientes e inconscientes). O nosso sofrimento interior deseja se alimentar de mais sofrimento. As emoções negativas que carregamos são viciadas em si mesmas, querem se perpetuar, crescer e tomar conta das nossas vidas.

Essa força negativa nos sabota de uma forma muitas vezes silenciosa. Sentimos preguiça de fazer certas coisas que sabemos que são boas e uma vontade irresistível de fazer outras que não são saudáveis.

Os sentimentos mal resolvidos que carregamos (raivas, mágoas, perdas, medos, frustrações, tristeza e etc...) agem como se fossem entidades individuais que querem sobreviver. Eles precisam se alimentar e fazem isso influenciando nosso pensamento e ações.

Cada sentimento individual busca criar situações ou interpretá-las de forma distorcida para que mais daquele sentimento seja criado. Os sentimentos geram pensamentos negativos que influenciam nossas ações, gerando resultados negativos que alimentam mais pensamentos e geram mais ações, em um circulo vicioso.

Observe quando você está com raiva. Ao lembrar da situação onde a raiva foi gerada surge mais raiva. Um diálogo interior é criado e intensifica o sentimento: 'aquele palhaço, quem ele pensa que é...; 'é um absurdo o que aconteceu; 'um dia eu dou o troco... É possivel até que a sua mente crie cenas e frase que nem foram ditas na situação real e que fazem você se sentir mal. É a própria raiva buscando se alimentar e crescer, o que certamente nos traz um sofrimento que dizemos não desejar para nossas vidas.

Em outras situações, aquela raiva guardada vai novamente emergir e tornar nossas reações cada vez mais intensas e improdutivas. Talvez um lado seu diga pra você deixar aquilo de lado e as vezes até você consegue. Mas a raiva pode ser bastante convincente e se perpetuar por muitos anos. É bastante comum tratar pessoas que guardam sentimentos negativos de coisas que ocorreram há anos, até mesmo na infância. Todos nós guardamos na verdade, varia apenas a intensidade.

Juntando vários sentimentos negativos guardados, eles se conectam e criam um time, uma força interior negativa extremamente sabotadora. Cada emoção, viciada em criar mais de si mesma, influencia de forma silenciosa e profunda nossos pensamentos e ações. Sem que a gente se dê conta, criamos conflitos, escolhemos mal os relacionamentos e nos causamos todo tipo de problema, embora o nosso desejo consciente seja o de criar uma vida mais feliz.

Algumas pessoas ao se darem conta dos sentimentos negativos e de como eles são sabotadores começam a brigar consigo mesmas. Certamente isso não ajuda e acaba criando mais sofrimento. O que devemos fazer então?

A coisa que considero como mais importante nessa vida, é reconhecer, aceitar, limpar, e dissolver a negatividade que guardamos. Daí a importância de uma técnica como a *EFT (técnica para auto-limpeza emocional). Conseguimos varrer do nosso sistema energético, de forma consistente e profunda, as emoções guardadas. Imagine então o que aconteceria com você ao limpar negatividade acumulada ao longo de uma vida: raivas, mágoas, traumas, medos, rejeição, abandono, culpa e etc... Através da auto aplicação do método é possível conseguir grandes benefícios.

Ao fazer isso estamos dissolvendo o corpo emocional sabotador. Passamos a ser mais positivos e tomar atitudes melhores sem precisar de esforço pra isso. Tudo flui de uma forma mais tranqüila e natural. É como se você fosse soltando pesadas âncoras que antes você nem sabia que estavam travando a sua vida. Melhora-se a autoestima, diminui-se a ansiedade e tudo isso se refletirá de forma positiva em todos os aspectos.

Essa limpeza emocional deveria ser a meta primordial de qualquer pessoa. Não ter tempo pra isso é a maior perda de tempo e causa grandes prejuízos. Esse corpo emocional sabotador certamente irá influenciar para que você não tome atitudes para dissolvê-lo. É preciso ficar atento e ter uma dose de força de vontade para não cair nessa armadilha.

Tudo errado: quando uma mídia comprovadamente corrupta derruba um ministro suspeito


Antonio Mello, em seu blog

Mesmo sem apresentar provas, mídia desonesta derruba Orlando Silva. Quem será o próximo? Melhor, quem derrubará a mídia?

As corporações midiáticas apostaram tudo na derrubada do ministro. Orlando Silva bateu pé e se defendeu. O PC do B o apoiou. Mas o PIG repicou, e o ministro caiu. Mesmo que a situação estivesse mais favorável a ele hoje que na sexta-feira, quando a presidenta o confirmou no cargo.

De lá pra cá, o que aconteceu? O STF mandou o Procurador-Geral trazer provas  contra o ministro, além de recortes de jornais e revistas (sic). A Veja, que apresentaria provas, nada mostrou. O policial denunciante (mais sujo do que pau de galinheiro, acusado ou suspeito de ene malfeitos - até de assassinato) também disse à Polícia Federal que não tinha provas contra o ministro a quem acusara. Hoje à tarde faltou a um depoimento na Câmara com a cínica alegação de que o pedido de demissão do ministro (que não havia sido feito) esvaziaria seu depoimento.

Leia também:
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Fundação Roberto Marinho, da Globo, abocanhou R$ 24 milhões destinados a tragédias

Mas a mídia insistiu. Sábado, domingo, segunda, terça, hoje: nas primeiras páginas dos jornais, na TV, emissoras de rádio, nas revistas, nos portais, o ministro ia (tinha que) cair. Era questão de dias, horas. 

Agora à noite, o ministro capitulou. O PC do B, que iria até o fim com ele, aceitou o arreglo, e a mídia corporativa vence mais uma. Batem, e conseguem do governo o que querem (como esse fajuta PNBL e o silêncio sobre a Ley de Medios).

Só não conseguem ainda vencer-nos nas urnas. Mas, até quando? Quantos ministros irão cair até que eles cheguem ao alvo: Dilma Rousseff

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Queda do ministro serve de alerta




Por Altamiro Borges

O lamentável episódio da queda do ministro Orlando Silva deveria servir de alerta às forças democráticas da sociedade brasileira – que lutaram contra as torturas e assassinatos na ditadura militar e que, hoje, precisam encarar como estratégica a luta contra a ditadura midiática, em defesa da verdadeira liberdade de expressão e da efetiva ampliação da democracia no Brasil.

A mídia hegemônica hoje tem um poder tão descomunal que ela “investiga”, sempre de forma seletiva (blindando seus capachos); tortura (seviciando, inclusive, as famílias das vítimas); usa testemunhas “bandidas” (como um policial preso por corrupção, enriquecimento ilícito e suspeito de assassinato); julga (sem dar espaço aos “acusados”); condena (como nos tribunais nazistas); e fuzila!



Um pragmatismo covarde e suicida

Ninguém está imune ao poder ditatorial da mídia, controlada por sete famílias – Marinho (Globo), Macedo (Record), Saad (Band), Abravanel (SBT), Civita (Abril), Frias (Folha) e Mesquita (Estadão). Como o império Murdoch, hoje investigado por seus subornos e escutas ilegais, a mídia nativa é criminosa, mafiosa, sádica e abjeta. Ela manipula informações e deforma comportamentos.

Não dá mais para aceitar passivamente seu poder altamente concentrado, que, como disse o governador Tarso Genro – pena que não tenha agido com esta visão quando ministro da Justiça –, ruma para um “fascismo pós-moderno”. Essa ditadura amedronta e acovarda políticos sem vértebra, pauta a agenda política, difunde os dogmas do “deus-mercado” e criminaliza as lutas sociais.

Três desafios diante da ditadura midiática

Esta ditadura é cruel, sem qualquer escrúpulo ou compaixão. Ela utiliza seus jagunços bem pagos, sob o invólucro de “colunista” e “comentaristas”, para fazer o trabalho sujo. Muitos são agentes do “deus-mercado”, lucram com seus negócios rentistas; outros são adeptos da “massa cheirosa”, das elites arrogantes e burras. Eles fingem ser “neutros”, mas são adoradores da direita fascistóide.

Enquanto não se enfrentar esta ditadura midiática, não haverá avanços na democracia brasileira, na luta dos trabalhadores ou na superação das barbáries capitalistas. Neste enfrentamento, três desafios estão colocados:

1- Não ter qualquer ilusão com a mídia hegemônica; chega de babaquice e servilismo diante da chamada “grande imprensa”;

2- Investir em instrumentos próprios de comunicação. A luta de idéias não é “gasto”, é investimento estratégico;

3- Lutar pela regulação da mídia e por políticas públicas na comunicação, que coíbam o poder fascista do império midiático.

Chega de covardia diante dos fascistas midiáticos

O criminoso episódio da tentativa de invasão do apartamento do ex-ministro José Dirceu num hotel em Brasília parece que serviu de sinal de alerta ao PT. Em seu encontro nacional, o partido aprovou a urgência de um novo marco regulatório da comunicação. Um seminário está previsto para final de novembro. Já no caso da queda Orlando Silva, o clima é de total indignação e revolta.

Que estes trágicos casos sirvam para mostrar que, de fato, a luta pela democratização da comunicação é uma questão estratégica. Não dá mais para se acovardar diante da ditadura da mídia. O governo Dilma precisa ficar esperto. Hoje são ministros depostos; amanhã será o sangramento e a derrota da própria presidenta e do seu projeto, moderado, de mudanças no Brasil.

Superar a choradeira e a defensiva

A esquerda política e social precisa rapidamente definir um plano de ação unitário de enfrentamento à ditadura midiática. As centrais sindicais e os movimentos populares, tão criminalizados em suas lutas, precisam sair da defensiva e da choradeira. Os partidos progressistas também precisam superar seu pragmatismo acovardado. A conjuntura exige respostas altivas e corajosas!

É urgente pressionar o governo Dilma Rousseff, pautado e refém da mídia, a mudar de atitude. Do contrário, não sobrará que defenda a continuidade deste projeto, moderado, de mudanças no Brasil. A direita retornará ao poder, alavancada pela mídia! Aécio Neves, o chefe de censura em Minas Gerais, será presidente! E ACM Neto, o herói da degola de Orlando Silva, será o chefe da Casa Civil!

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Folha de S. Paulo divulga nota contra blogueiros e reafirma censura


Está marcado para essa quarta-feira (26) mais um capítulo da nova luta por liberdade de imprensa no Brasil. Convocada pelo deputado Paulo Pimenta (PT-RS), acontece na Câmara dos Deputados uma audiência pública para debater um caso emblemático de censura: o processo movido pela Folha de S. Paulo contra o blog Falha de S. Paulo.
O caso é emblemático porque é um exemplo claro de uma das principais formas de censura destes primeiros tempos de mídia independente na internet. O Grupo Folha é uma empresa jornalística, sem dúvida mais empresa do que jornalística, processando dois irmãos blogueiros, independentes, ao mesmo tempo em que se coloca como baluarte da defesa da liberdade de imprensa e de expressão. Tenta estrangular financeiramente os blogueiros e impedir que seu jornal seja alvo de críticas. Defende liberdade para quem?
A Folha já avisou que não aparecerá na audiência pública. Como se vê, a “democracia” que defende e o “livre debate” que exige não incluem o debate público nem o confrontamento horizontal entre lados diversos. Prefere atacar através de seu enorme aparato jurídico, abusando de seu poder econômico e político contra dois blogueiros que não contam com corpo semelhante.
Preocupado com a péssima repercussão que a censura imposta pelo jornal vêm obtendo – ainda que seus pares, a totalidade da mídia corporativa, venham ignorando solenemente todo o andamento desse atentado à liberdade – o dono da Folha emitiu uma nota assinada também pelo editor-executivo Sérgio Dávila e pelo secretário de redação Vinicius Mota. A nota tenta desqualificar os irmãos Bochini, o blog em questão e a própria audiência pública. Como mostrapostagem do Desculpe a nossa falha (que veio a substituir o censurado Falha de S. Paulo), a nota é cheia de inverdades, omissões e distorções, além de ser pontuada por um tom ridicularizador e agressivo, típico do jornal que chamou a Ditadura brasileira de “Ditabranda”.
 Está no trabalho coletivo, na horizontalidade e na solidariedade na luta a grande força da blogosfera e, de forma mais ampla, da mídia independente e dos militantes pela democratização da comunicação. Nesse sentido é importante que toda a blogosfera participe ativamente desse debate e, de forma coletiva, faça valer sua força democrática contra o enorme poder econômico das oito famílias que detêm o monopólio da comunicação brasileira. Como escreveram os irmãos Bochini, “a causa é coletiva, já que em caso de vitória do jornal o dano também é coletivo. Isso porque o processo é inédito, então ficaria aberta uma jurisprudência contra a liberdade de expressão em todo país. (…) Se eles ganharem, perdemos todos. A vantagem é que, se eles perderem, ganhamos todos”.

O tempo em que podemos mudar o mundo

Fonte: www.revistaforum.com.brPor Sophie Shevardnadze [18.10.2011 09h30]
Entrevista a Sophie Shevardnadze | Tradução: Daniela Frabasile para o Outras Palavras.
A entrevista durou pouco mais de onze minutos, mas alimentará horas de debates em todo o mundo e certamente ajudará a enxergar melhor o período tormentoso que vivemos. Aos 81 anos, o sociólogo estadunidenseImmanuel Wallerstein, acredita que o capitalismo chegou ao fim da linha: já não pode mais sobreviver como sistema. Mas – e aqui começam as provocações – o que surgirá em seu lugar pode ser melhor (mais igualitário e democrático) ou pior (mais polarizado e explorador) do que temos hoje em dia.
Estamos, pensa este professor da Universidade de Yale e personagem assíduo dos Fóruns Sociais Mundiais, em meio a uma bifurcação, um momento histórico único nos últimos 500 anos. Ao contrário do que pensava Karl Marx, o sistema não sucumbirá num ato heróico. Desabará sobre suas próprias contradições. Mas atenção: diferente de certos críticos do filósofo alemão, Wallerstein não está sugerindo que as ações humanas são irrelevantes.
Ao contrário: para ele, vivemos o momento preciso em que as ações coletivas, e mesmo individuais, podem causar impactos decisivos sobre o destino comum da humanidade e do planeta. Ou seja, nossas escolhas realmente importam. “Quando o sistema está estável, é relativamente determinista. Mas, quando passa por crise estrutural, o livre-arbítrio torna-se importante.”
É no emblemático 1968, referência e inspiração de tantas iniciativas contemporâneas, que Wallerstein situa o início da bifurcação. Lá teria se quebrado “a ilusão liberal que governava o sistema-mundo”. Abertura de um período em que o sistema hegemônico começa a declinar e o futuro abre-se a rumos muito distintos, as revoltas daquele ano seriam, na opinião do sociólogo, o fato mais potente do século passado – superiores, por exemplo, à revolução soviética de 1917 ou a 1945, quando os EUA emergiram com grande poder mundial.
As declarações foram colhidas no dia 4 de outubro pela jornalista Sophie Shevardnadze, que conduz o programaInterview na emissora de televisão russa RT (abaixo). A transcrição e a tradução para o português são iniciativas deOutras Palavras.

Há exatamente dois anos, você disse ao RT que o colapso real da economia ainda demoraria alguns anos. Esse colapso está acontecendo agora?
Não, ainda vai demorar um ano ou dois, mas está claro que essa quebra está chegando.
Quem está em maiores apuros: Os Estados Unidos, a União Europeia ou o mundo todo?
Na verdade, o mundo todo vive problemas. Os Estados Unidos e União Europeia, claramente. Mas também acredito que os chamados países emergentes, ou em desenvolvimento – Brasil, Índia, China – também enfrentarão dificuldades. Não vejo ninguém em situação tranquila.
Você está dizendo que o sistema financeiro está claramente quebrado. O que há de errado com o capitalismo contemporâneo?
Essa é uma história muito longa. Na minha visão, o capitalismo chegou ao fim da linha e já não pode sobreviver como sistema. A crise estrutural que atravessamos começou há bastante tempo. Segundo meu ponto de vista, por volta dos anos 1970 – e ainda vai durar mais uns vinte, trinta ou quarenta anos. Não é uma crise de um ano, ou de curta duração: é o grande desabamento de um sistema. Estamos num momento de transição. Na verdade, na luta política que acontece no mundo — que a maioria das pessoas se recusa a reconhecer — não está em questão se o capitalismo sobreviverá ou não, mas o que irá sucedê-lo. E é claro: podem existir duas pontos de vista extremamente diferentes sobre o que deve tomar o lugar do capitalismo.
Qual a sua visão?
Eu gostaria de um sistema relativamente mais democrático, mais relativamente igualitário e moral. Essa é uma visão, nós nunca tivemos isso na história do mundo – mas é possível. A outra visão é de um sistema desigual, polarizado e explorador. O capitalismo já é assim, mas pode advir um sistema muito pior que ele. É como vejo a luta política que vivemos. Tecnicamente, significa é uma bifurcação de um sistema.
Então, a bifurcação do sistema capitalista está diretamente ligada aos caos econômico?
Sim, as raízes da crise são, de muitas maneiras, a incapacidade de reproduzir o princípio básico do capitalismo, que é a acumulação sistemática de capital. Esse é o ponto central do capitalismo como um sistema, e funcionou perfeitamente bem por 500 anos. Foi um sistema muito bem sucedido no que se propõe a fazer. Mas se desfez, como acontece com todos os sistemas.
Esses tremores econômicos, políticos e sociais são perigosos? Quais são os prós e contras?
Se você pergunta se os tremores são perigosos para você e para mim, então a resposta é sim, eles são extremamente perigosos para nós. Na verdade, num dos livros que escrevi, chamei-os de “inferno na terra”. É um período no qual quase tudo é relativamente imprevisível a curto prazo – e as pessoas não podem conviver com o imprevisível a curto prazo. Podemos nos ajustar ao imprevisível no longo prazo, mas não com a incerteza sobre o que vai acontecer no dia seguinte ou no ano seguinte. Você não sabe o que fazer, e é basicamente o que estamos vendo no mundo da economia hoje. É uma paralisia, pois ninguém está investindo, já que ninguém sabe se daqui a um ano ou dois vai ter esse dinheiro de volta. Quem não tem certeza de que em três anos vai receber seu dinheiro, não investe – mas não investir torna a situação ainda pior. As pessoas não sentem que têm muitas opções, e estão certas, as opções são escassas.
Então, estamos nesse processo de abalos, e não existem prós ou contras, não temos opção, a não ser estar nesse processo. Você vê uma saída?
Sim! O que acontece numa bifurcação é que, em algum momento, pendemos para um dos lados, e voltamos a uma situação relativamente estável. Quando a crise acabar, estaremos em um novo sistema, que não sabemos qual será. É uma situação muito otimista no sentido de que, na situação em que nos encontramos, o que eu e você fizermos realmente importa. Isso não acontece quando vivemos num sistema que funciona perfeitamente bem. Nesse caso, investimos uma quantidade imensa de energia e, no fim, tudo volta a ser o que era antes. Um pequeno exemplo. Estamos na Rússia. Aqui aconteceu uma coisa chamada Revolução Russa, em 1917. Foi um enorme esforço social, um número incrível de pessoas colocou muita energia nisso. Fizeram coisas incríveis, mas no final, onde está a Rússia, em relação ao lugar que ocupava em 1917? Em muitos aspectos, está de volta ao mesmo lugar, ou mudou muito pouco. A mesma coisa poderia ser dita sobre a Revolução Francesa.
O que isso diz sobre a importância das escolhas pessoais?
A situação muda quando você está em uma crise estrutural. Se, normalmente, muito esforço se traduz em pouca mudança, nessas situações raras um pequeno esforço traz um conjunto enorme de mudanças – porque o sistema, agora, está muito instável e volátil. Qualquer esforço leva a uma ou outra direção. Às vezes, digo que essa é a “historização” da velha distinção filosófica entre determinismo e livre-arbítrio. Quando o sistema está relativamente estável, é relativamente determinista, com pouco espaço para o livre-arbítrio. Mas, quando está instável, passando por uma crise estrutural, o livre-arbítrio torna-se importante. As ações de cada um realmente importam, de uma maneira que não se viu nos últimos 500 anos. Esse é meu argumento básico.
Você sempre apontou Karl Marx como uma de suas maiores influências. Você acredita que ele ainda seja tão relevante no século 21?
Bem, Karl Marx foi um grande pensador no século 19. Ele teve todas as virtudes, com suas ideias e percepções, e todas as limitações, por ser um homem do século 19. Uma de suas grandes limitações é que ele era um economista clássico demais, e era determinista demais. Ele viu que os sistemas tinham um fim, mas achou que esse fim se dava como resultado de um processo de revolução. Eu estou sugerindo que o fim é reflexo de contradições internas. Todos somos prisioneiros de nosso tempo, disso não há dúvidas. Marx foi um prisioneiro do fato de ter sido um pensador do século 19; eu sou prisioneiro do fato de ser um pensador do século 20.
Do século 21, agora.
É, mas eu nasci em 1930, eu vivi 70 anos no século 20, eu sinto que sou um produto do século 20. Isso provavelmente se revela como limitação no meu próprio pensamento.
Quanto – e de que maneiras – esses dois séculos se diferem? Eles são realmente tão diferentes?
Eu acredito que sim. Acredito que o ponto de virada deu-se por volta de 1970. Primeiro, pela revolução mundial de 1968, que não foi um evento sem importância. Na verdade, eu o considero o evento mais significantes do século 20. Mais importante que a Revolução Russa e mais importante que os Estados Unidos terem se tornado o poder hegemônico, em 1945. Porque 1968 quebrou a ilusão liberal que governava o sistema mundial e anunciou a bifurcação que viria. Vivemos, desde então, na esteira de 1968, em todo o mundo.
Você disse que vivemos a retomada de 68 desde que a revolução aconteceu. As pessoas às vezes dizem que o mundo ficou mais valente nas últimas duas décadas. O mundo ficou mais violento?
Eu acho que as pessoas sentem um desconforto, embora ele talvez não corresponda à realidade. Não há dúvidas de que as pessoas estavam relativamente tranquilas quanto à violência em 1950 ou 1960. Hoje, elas têm medo e, em muitos sentidos, têm o direito de sentir medo.
Você acredita que, com todo o progresso tecnológico, e com o fato de gostarmos de pensar que somos mais civilizados, não haverá mais guerras? O que isso diz sobre a natureza humana?
Significa que as pessoas estão prontas para serem violentas em muitas circunstâncias. Somos mais civilizados? Eu não sei. Esse é um conceito dúbio, primeiro porque o civilizado causa mais problemas que o não civilizado; os civilizados tentam destruir os bárbaros, não são os bárbaros que tentam destruir os civilizados. Os civilizados definem os bárbaros: os outros são bárbaros; nós, os civilizados.
É isso que vemos hoje? O Ocidente tentando ensinar os bárbaros de todo o mundo?
É o que vemos há 500 anos.
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