Toda essa realidade é o apocalipse da imprensa, fruto do compadrio entre a direita midiática e a direita partidária, em prol de afastar Lula do processo eleitoral atual e de futuras eleições. Presidenta Dilma, e o marco regulatório das mídias? Com a palavra, o ministro das Comunicações Paulo Bernardo...
O pasquim de péssima qualidade travestido de revista conhecido como Veja — a revista porcaria e sem escrúpulos — todo fim de semana, há dez anos, publica arremedos de matérias e patifarias, que, invariavelmente, são repercutidas no domingo pelo programa Fantástico, da TV Globo, e a partir de segunda-feira pelo Jornal Nacional, principal instrumento de oposição aos governos trabalhistas.
Na terça-feira, os cavaleiros do apocalipse, porta-vozes da direita partidária brasileira, que atendem pelos nomes de Álvaro Dias, Agripino Maia e Roberto Freire, dão continuidade à maratona de calúnias, injúrias e difamações, e, de forma recorrente, todos os envolvidos nesse processo perverso e dantesco, que tem por princípio básico sangrar o Governo Federal, compartilham, de maneira prévia e combinada, a pauta estabelecida pelas redações pertencentes a um sistema midiático fundamentalista e de direita.
Os controladores do sistema de capitais e de exploração do trabalho e das riquezas alheias em âmbito individual e também no que é relativo às nações, não aceitam, em hipótese alguma, as decisões de milhões de cidadãos brasileiros, que decidiram eleger, no decorrer de dez anos (ainda faltam dois), políticos trabalhistas de origem socialista, que mostraram à direita selvagem e capitalista como se desenvolve a economia para que todos possam consumir, comprar e até mesmo, se o for o caso, enriquecer, sem, no entanto, esquecer das questões sociais.
E por quê? Porque não há como no Brasil a direita chegar ao poder por intermédio da obediência às regras de uma democracia representativa, que se baseia em um estado democrático de direito e na vontade soberana de o povo escolher seus eleitos, por intermédio do voto secreto. Os números e índices econômicos e sociais dos presidentes Lula e Dilma são tão maiores que os dos governos do ex-presidente FHC — o Neoliberal — que se tornou impraticável, para a direita partidária e midiática, compará-los. Por isto e por causa disto, os arautos do conservadorismo optaram pura e simplesmente pelo golpe, aos moldes do que ocorreu no Paraguai com o presidente Fernando Lugo, deposto pelas oligarquias do Judiciário e do Congresso, com a cumplicidade e a garantia das armas, se fosse necessário, por parte dos generais paraguaios, que sempre usurparam os direitos do povo guarani.
Evidentemente, a revista patifaria também conhecida por Veja deu espaço ao ditadorzinho, que se veste e se comporta como um “mauricinho”, ao tempo que sua arrogância e prepotência são de um latifundiário que cuida de suas terras como um especulador imobiliário. É o verniz, a dissimulação dos que estão sempre a representar para esconder ou disfarçar seus propósitos egoístas cujo combustível é a opressão da classe dominante e preconceituosa sobre a grande maioria da população.
Veja, a revista pautada pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira, publicou nas suas páginas amarelas entrevista com tal sujeito golpista. A matéria, na verdade, teve o propósito de dar conotação de legalidade ao golpe ocorrido no Paraguai, ou seja, justificar o injustificável e defender o indefensável — o golpe de estado via Judiciário, o que sobremaneira, vai ser combatido no Brasil, apesar de alguns integrantes do STF.
Pois não é que o ousado e audacioso golpista avisou que vai questionar a presidenta Dilma Rousseff na próxima segunda-feira, em Nova Iorque, quando a mandatária vai abrir a Assembleia Geral das Nações Unidas. Dilma vai falar sobre a crise internacional que enterrou de vez o neoliberalismo e calou seus defensores, bem como vai dissertar sobre as medidas efetivadas pelo Brasil para que a crise não prejudique o crescimento do País e muito menos elimine os empregos e os benefícios sociais conquistados, por intermédio dos programas e projetos dos governos trabalhistas.
O golpista do Paraguai também vai falar logo a seguir. Ele vai ter a petulância e o despropósito de questionar os países membros do Mercosul que consideram seu governo ilegítimo. Federico Franco tem a pretensão de defender o indefensável: o status democrático do seu país e o regime imposto por ele e sua trupe oligarca à margem do processo democrático estabelecido pelas regras e pelo regimento do Mercosul. Franco é tão arrogante que, mal deu o golpe de estado, resolveu falar de forma ríspida e de alto tom ao ser contra o ingresso da Venezuela no Mercosul. Durma-se com um barulho desse... A Venezuela é sócia do bloco e o Federico não vai poder fazer nada para impedir essa realidade.
Tal figura patética de direita se alia à Secretaria de Estado dos EUA, aos grandes proprietários de terras vinculados ao Exército e ao Judiciário paraguaios, rasga as normas do Mercosul quanto à defesa da democracia e ainda se vale da desfaçatez e da insensatez para reivindicar e quiçá falar de modo autoritário na assembleia da ONU para justificar e defender a legitimidade do processo que culminou com o impeachment do presidente Fernando Lugo, eleito constitucionalmente pelo povo paraguaio.
Contudo, o Itamaraty devolveu na mesma moeda as intenções do golpista Federico Franco. O Brasil não vai recuar ainda mais que o PT e os partidos da base aliada formada no Congresso consideraram, com a aquiescência de Dilma, por intermédio de nota pública, que o Brasil, no momento, está a enfrentar uma tentativa de golpe cujo pavio a pegar fogo é a “matéria” totalmente em off da revista Veja, que acusa Lula de ser o chefe do “mensalão”,além da entrevista com o golpista do Paraguai nas páginas amarelas. (O publicitário Marcos Valério, segundo seu advogado, não concede entrevista há sete anos, e negou que Lula fosse chefe de mensalão).
O Governo Federal deveria, urgentemente, cortar as verbas publicitárias das mídias privadas de caráter golpista. Os barões da imprensa sempre defendem a iniciativa privada e por isto considero que eles deveriam, terminantemente, recusar tais verbas, afinal essas pessoas tem de efetivar a desestatização de suas empresas e, consequentemente, ser coerentes com seus próprios pensamentos e propósitos de vida. Afirmo e repito novamente, o que já se tornou um mantra: governantes trabalhistas não podem tergiversar e facilitar com a direita oligarca, porque, mais cedo ou mais tarde, vai ser vítimas de golpes.
Por isto e por causa disto, a presidenta Dilma Rousseff, juntamente com a maioria conquistada no Congresso, tem de efetivar o marco regulatório das mídias, setor econômico monopolizado e controlado por seis famílias, que pensam que o Brasil de uma população de 200 milhões de habitantes e um PIB de R$ 3,6 trilhões é o quintal das casas delas. Seria cômico, mas é trágico; e perigoso. Golpe é retrocesso, e a direita é o atraso, que tem sob seu poder os meios de produção urbanos e rurais. Portanto, todo cuidado ainda é pouco.
Lula é Dilma e Dilma é Lula. Enfim, a imprensa comercial e privada (privada nos dois sentidos, tá?) reconheceu o cerne desta questão. O aval da presidenta cobre com cal a manipulação de dois anos da imprensa na qual tenta dissociar Dilma de Lula, como se os dois fossem antagônicos, diferentes, no que é referente às suas ideologias, aos seus passados, à luta pela independência e autodeterminação do Brasil, além da busca pelo desenvolvimento social de nosso povo.
Para o capo Roberto Civita, dono da Veja, a revista emporcalhada, o Brasil é o Paraguai. A família Marinho também pensa assim, pois repercute tudo o que sai na Veja, autora do verdadeiro jornalismo de esgoto. Entretanto, tão prestigiosa família não manda seus asseclas repercutir as reportagens que são publicadas, por exemplo, na Carta Capital, entre outras publicações. O livro A Privataria Tucana, de Amaury Ribeiro, foi “esquecido” pela imprensa burguesa. E sabe por quê? Porque o jornalismo realizado pela imprensa alienígena e de negócios privados é seletivo. Selecionam as matérias, os fatos e as realidades conforme seus interesses e fazem do jornalismo uma ferramenta para combater e destruir aqueles que são considerados seus adversários e inimigos mesmo que de forma ilegal e criminosa.
Toda essa realidade é o apocalipse da imprensa, fruto do compadrio entre a direita midiática e a direita partidária, em prol de afastar Lula do processo eleitoral atual e de futuras eleições.Presidenta Dilma Rousseff, cadê o projeto do jornalista Franklin Martins que regulamenta o segmento econômico de mídias, por intermédio da efetivação do marco regulatório? Com a resposta, o ministro das Comunicações Paulo Bernardo. É isso aí.
Leia o repúdio da base do Governo
O PT, PSB, PMDB, PCdoB, PDT e PRB, representados pelos seus presidentes nacionais, repudiam de forma veemente a ação de dirigentes do PSDB, DEM e PPS que, em nota, tentaram comprometer a honra e a dignidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Valendo-se de fantasiosa matéria veiculada pela Revista Veja, pretendem transformar em verdade o amontoado de invencionices colecionado a partir de fontes sem identificação.
As forças conservadoras revelam-se dispostas a qualquer aventura. Não hesitam em recorrer a práticas golpistas, à calúnia e à difamação, à denúncia sem prova.
O gesto é fruto do desespero diante das derrotas seguidamente infligidas a eles pelo eleitorado brasileiro. Impotentes, tentam fazer política à margem do processo eleitoral, base e fundamento da democracia representativa, que não hesitam em golpear sempre que seus interesses são contrariados.
Assim foi em 1954, quando inventaram um “mar de lama” para afastar Getúlio Vargas. Assim foi em 1964, quando derrubaram Jango para levar o País a 21 anos de ditadura. O que querem agora é barrar e reverter o processo de mudanças iniciado por Lula, que colocou o Brasil na rota do desenvolvimento com distribuição de renda, incorporando à cidadania milhões de brasileiros marginalizados, e buscou inserção soberana na cena global, após anos de submissão a interesses externos.
Os partidos da oposição tentam apenas confundir a opinião pública. Quando pressionam a mais alta Corte do País — o STF — estão preocupados em fazer da ação penal 470 um julgamento político, para golpear a democracia e reverter as conquistas que marcaram a gestão do presidente Lula.
A mesquinharia será, mais uma vez, rejeitada pelo povo.
Rui Falcão, PT
Eduardo Campos, PSB
Valdir Raupp, PMDB
Renato Rabelo, PCdoB
Carlos Lupi, PDT
Marcos Pereira, PRB
Brasília, 20 de setembro de 2012.