quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Os números das gestões do PSDB e do PT


A herança Maldita!

O dilema de 2003
Revista IstoÉ, N° Edição:  1726 |  30.Out.2002 |  Atualizado em 25.Ago.10 - 08:51
Lula assume com a palavra de manter os compromissos com o mercado financeiro. Mas antes precisa tirar o País da crise
João Paulo Nucci
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assume um país imerso numa grave crise econômica. A indústria está parada e os investimentos estão suspensos. O comércio sente o drama da desvalorização acelerada do real e da perda do poder de compra da moeda brasileira. O desemprego permanece na desastrosa relação de um desocupado a cada cinco pessoas economicamente ativas. A inflação dá sensíveis sinais de força e a recessão ainda não é uma realidade estatística, mas já ronda o dia-a-dia.
O desvario cambial dos últimos meses, que levou o dólar quase aos R$ 4 e forçou o governo a um novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), tem desfecho ainda incerto. A própria sobrevivência do acordo, uma ajuda recorde de US$ 30 bilhões, depende de um arrochadíssimo primeiro ano de mandato. As metas impostas por Washington para 2003 (inflação baixa, juros na metade do patamar atual, dólar em queda e um pesado corte nos gastos governamentais) são, à primeira vista, inexequíveis. A nossa alta dependência de recursos externos em oposição ao fato de sermos, aos olhos da comunidade financeira internacional, o terceiro pior país do mundo para investir, acrescenta ainda mais dramaticidade ao cenário.
Bombas no colo não faltam. Faltará, talvez, a complacência do mercado financeiro, adversário eleitoral de Lula e, a partir de 1º de janeiro, fiscal implacável das questões que lhe dizem respeito (basicamente, a manutenção da capacidade do governo de honrar os títulos públicos). Durante toda a campanha, o presidente eleito se preocupou em fazer declarações tranquilizadoras –ou, no mínimo, se policiou para não dizer coisas que o mercado não gostaria de ouvir. Sua equipe econômica de campanha, formada pelos economistas Aloizio Mercadante (eleito senador por São Paulo) e Guido Mantega, circulou entre os bancos para levar uma mensagem de paz, traduzida pela promessa de uma transição tão suave quanto possível.
Lula terá pela frente a aflitiva encruzilhada da demanda popular por um rápido crescimento econômico com os anseios do mercado pela obediência a qualquer custo das metas definidas pelo FMI, mal acostumado que está com os oito anos de Pedro Malan à frente da economia nacional.....

Publicada em IstoÉ antes de Lula assumir




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