segunda-feira, 4 de junho de 2012

Especialistas debatem o perfil do novo eleitor brasileiro


FONTE: www.vermelho.org.br



Os debates do Seminário de Comunicação e Mídia do PCdoB, realizados neste sábado (2), em São Paulo, versaram também sobre o perfil do eleitorado brasileiro e a maneira como ele reage e se relaciona com as propostas apresentadas pelos candidatos durante as eleições. A discussão sobre a rejeição do eleitorado aos candidatos que baseiam suas campanhas nos ataques a outros candidatos foi um dos temas centrais da mesa intitulada: Como se comunicar com o novo eleitorado brasileiro.

Por Mariana Viel


A antropóloga e especialista em pesquisa de opinião, Adriana Seixas, reforçou o aumento do nível de exigência do eleitor em relação a seus futuros representantes. Ela falou da importância das pesquisas qualitativas, que buscam compreender os motivos da indecisão do eleitorado e como eles pensam – suas demandas, anseios e opinião diante de diversas situações. “Os candidatos devem apresentar propostas e discutir questões. O povo não é bobo mais não”, enfatizou.

O publicitário Marcelo Brandão – diretor dos programas de TV e Rádio do PCdoB – enfatizou a necessidade de os candidatos aprenderem a se comunicar com os eleitores situados na nova “Classe C” – classificação de um segmento social vigente nas normas dos institutos de pesquisa levando em conta os padrões de renda e consumo. 

De acordo com ele, é preciso compreender que o novo eleitor não pode mais ser tratado como um simples receptor de informações. Diante deste contexto, é essencial entender como ele é influenciado e qual a melhor maneira de se estabelecer um contato que satisfaça suas demandas. 

Marcelo explicou que a atual Classe C é auto-influenciada. E recebe as informações referentes a seus candidatos dentro dos próprios ambientes que frequenta. Ele defende que é importante identificar onde está o eleitor e fornecer argumentos para que ele próprio defenda as ideias e propostas de seu candidato.

O especialista em políticas públicas e desenvolvimento econômico, Maurício Moura, explicou que três fatores são escassos em uma campanha – os recursos financeiros, o tempo e a energia dos candidatos. Para ele, é prioritário que o candidato saiba onde e com quem gastar seu tempo e recursos. “O eleitor distingue o que toca diretamente os problemas deles. Nas eleições municipais as pessoas querem propostas para os problemas que estão ao lado delas. Uma das coisas que mudou no Brasil é que a Classe C exige que o candidato dialogue diretamente com ela”. 

Adriana lembrou que essa é uma classe que vem no crescente de consumo e de educação. “É um eleitor muito mais exigente e que quer um candidato que fale para ele. Ele percebe e rejeita propostas vazias e genéricas”. 

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