A corrupção pode ser entendida como o desvio da conduta humana em qualquer que seja a situação, mas trataremos aqui sobre a corrupção política. Entendemos que a corrupção é inerente ao capitalismo, isto é, não existe capitalismo sem corrupção. Capital e Estado estiveram sempre unidos através das mais variadas cumplicidades.
Vivemos numa sociedade em que o poder econômico passa por cima do poder do próprio povo quando se trata de interesses políticos. Assim, logo vemos uma relação direta do capitalismo com a corrupção. Essa situação é inevitável numa sociedade na qual o poder econômico controla toda a esfera pública, a democracia, etc. e, logo, as leis só servem aos ricos e poderosos.
A corrupção começa com os financiamentos das campanhas eleitorais, quando as empresas investem milhões de reais aos candidatos e depois cobram esses investimentos, através de fraudes em licitações obscuras, tráfico de influência e informações sigilosas. Para garantir a aprovação das leis de interesse dos que financiam, os governos distribuem cargos, recursos públicos e favores do tipo.
A força do dinheiro abre as gavetas do poder e o domínio do Estado, favorecendo os cofres da riqueza, comprando favores, deslocando concorrentes, driblando as leis, subornando autoridades, obtendo cargos. O povo continua sofrendo com falta de investimentos estatais em educação, saúde e moradia, enquanto são roubados milhões dos cofres públicos, o que nenhuma CPI irá resolver, pois o problema é colossal e está enraizado no próprio modelo econômico vigente: o capitalismo. O congresso nacional não tem moral para investigar e julgar denúncias de corrupção, porque a imensa maioria dos deputados e senadores tem o rabo preso com o investimento eleitoral ou então, são alguns, donos de empreiteiras e utilizam de seus cargos para superfaturar obras e utilizando de licitações irregulares.
A mídia, inclusive, faz com que achemos que tal problema é uma coisa bem nossa, do Brasil, e não necessariamente do capitalismo, isolando notícias de corrupção presentes em outros países capitalistas (e tidos, até mesmo pela mídia, como países de exemplo). Em contato com pessoas bem entendidas e politizadas de outros países, podemos notar casos de boicotes nas eleições, fraudes em plena gestão governamental e coisas do tipo, bem presentes em países como Portugal, Espanha, Rússia e dentre outros, porém não noticiadas aqui (Que no caso da Rússia chega a superar a falta de transparência em relação à corrupção comparada ao Brasil).
Deste modo, combater a corrupção apenas tratando das suas consequências não vai adiantar, seria como "proibirmos as pessoas de tropeçar no toco de madeira da calçada, em vez de mandar tirar o próprio toco”. Para, de fato, evitarmos o problema e impedirmos que ele se repita, temos que acabar com o capitalismo como um todo, e não apenas com a corrupção. Acabar com o capitalismo seria um golpe forte contra a corrupção.
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