quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Tarso Genro: Judiciário é o caminho da direita para “escapar” da política


FONTE: Viomundo


Alfred Döblin faz lembrar nosso glorioso PT e outros tantos anos novos
O fim da miséria, que já está no horizonte, é impulso para exigências mais complexas e isso exige um partido capaz de reestruturar a democracia brasileira, com mais democracia, mais participação e transparência e mais combate às desigualdades. Se o nome “refundação” ainda fere, por equívoco, ouvidos mais sensíveis, falemos em renovação de fundo e de forma. Não para fugir das nossas raízes, mas para ancorá-las no presente das novas classes trabalhadoras, das novas classes médias, das novas formas de produzir e distribuir riqueza. O artigo é de Tarso Genro.
Na introdução ao seu “Berlim Alexanderplatz” (1929) o grande escritor Alfred Döblin, da mesma estatura intelectual — artística e moral — de Thomas Mann, disse que escrevia um livro sobre o personagem Franz Biberkopf, que representava os que habitam uma pele humana e com os quais acontece “querer mais da vida do que pão e manteiga”.
Lembro esta passagem lapidar da introdução de Döblin, porque sendo parte do grupo de dirigentes históricos minoritários no PT — desde a época que ocorreram os fatos que originaram a Ação Penal 470 — e tendo assumido a presidência do Partido num momento difícil da sua existência afirmei, em diversas oportunidades, que nenhum partido era uma comunidade de anjos. O que era afirmar o óbvio num momento em que dizer o óbvio parecia uma agressividade contra o meu próprio Partido.
Passados vários anos daquele fato e quase terminado o julgamento daquela Ação Penal, é bom retomar o fio da história presente para refletir, no período que se convenciona planejar o “ano novo”, sobre o futuro da esquerda e do PT. Pensar também sobre o futuro do nosso país, que nos últimos dez anos vem sofrendo grandes transformações econômico-sociais.
Brasil novo sujeito político no cenário mundial; Brasil tirando da miséria 40 milhões de pessoas; Brasil com os sindicalistas, os “sem-terra”, “sem teto”, “sem emprego”, sentados na grande mesa da concertação e da democracia; Brasil do Prouni, do Fundeb, da reestruturação das funções públicas do Estado; Brasil do baixo desemprego, inflação baixa e juros baixos; Brasil da nova Política de Defesa; Brasil da classe média ampliada e de melhores salários no setor público e privado; Brasil da Polícia Federal que age — em regra — segundo a Lei e a Constituição.
Brasil em que todas as instituições do Estado cometem seus erros e acertos dentro das regras do jogo constitucional.
É ingenuidade perguntar qual o Brasil que transita no debate político: este, descrito acima, ou o Brasil da Ação Penal 470? Ou melhor, porque o Brasil que se debate é predominantemente o da Ação Penal 470 e não o Brasil legado, até agora, pelo centro progressista e pela esquerda, sob a hegemonia do Partido dos Trabalhadores? Quem compôs esta agenda e por que ela é agenda hegemônica? As respostas a estas perguntas serão a base da compreensão dos partidos sobre o que ocorrerá bem além de 2018.
Aponto dois motivos básicos, que são fortes para manter a Ação Penal 470 — e a manterão por muito tempo — como o centro de todas as estratégias políticas da direita, em geral, e da oposição midiática, em particular. O primeiro motivo é que, através da judicialização do processo político, poder-se-á criar a ilusão que é possível escrever um novo Brasil — mais decente e mais democrático — por fora da política, logo, principalmente através de decisões do Poder Judiciário, que é pouco influenciável pelos movimentos sociais populares e muito influenciável pela “opinião pública” da mídia conservadora.
O segundo motivo, ligado ao primeiro, é que este “deslocamento” da luta política para o âmbito do Judiciário poderá funcionar como uma alternativa à hegemonia do PT e da esquerda no âmbito eleitoral, já que a oposição conservadora, que sucateou o Brasil quando esteve no poder (representada pelo demo-tucanato) não ofereceu, até agora, nenhuma esperança de poder nos próximos anos. Assim, o Poder Judiciário, erigido — como está sendo proposto — à condição de grande menestrel da moral pública e da ética política, poderá transformar-se no centro político da vida política nacional, esvaziando a luta ideológica, programática e política, entre os partidos, nos movimentos e no Parlamento.
É construída, desta forma, a substituição dos Partidos, do Parlamento e dos movimentos sociais, pelo Poder Judiciário, através deste processo de “judicialização da política”. Sobre esta judicialização, o voto popular não pode exercer nenhuma influência direta ou visível, pois sobre o Poder Judiciário os jogos de influência são absolutamente restritos, totalmente elitizados e manipuláveis por poucos grupos sociais, o que, aliás, é normal em todas as democracias do mundo, como sempre analisava e reconhecia o mestre Norberto Bobbio.
Assim, a Ação Penal 470 continuará sendo — se o Parlamento e os Partidos não reagirem com reformas sérias que deem mais dignidade ao fazer político democrático — o centro do debate pautado pela mídia e pela direita anti-Lula. A oposição partidária não conseguiu — ao longo destes oito anos — configurar um projeto alternativo convincente em torno da hegemonia do capital financeiro, pois os interesses empresariais que lhes davam sustentação plena — tanto locais como internacionais — não estão mais unificados pela pauta neoliberal.
O surto de crescimento e desenvolvimento das forças produtivas no país, durante os governos Lula, e a crise aguda do modelo neoliberal na Europa, que prosseguiram com o governo da Presidenta Dilma, abalaram esta unidade.
A unidade foi possível até a situação de crise que levou o país ao Plano Real, cujo resultado no desenvolvimento econômico, foi marcar regras mais claras para que os agentes econômicos pudessem planejar o futuro em torno de uma moeda estável, também retirando do Estado as condições de manipular o seu planejamento financeiro, utilizando a inflação. Como o PT e a esquerda foram protagonistas essenciais do período pós-real, no qual ocorreram formidáveis mudanças sociais e econômicas, é natural que tanto o Partido como os seus dirigentes sejam alvos de uma forte tentativa de neutralização dos seus méritos, através da exacerbação de seus defeitos ou limitações.
Mas estes, como se sabe, não são somente originários de condutas individuais estimuladas pelo sistema político atual e pela história pouco republicana do Estado brasileiro, mas também fazem parte, em maior ou menor grau, das “regras do jogo” de qualquer democracia. Refiro-me, aqui, às condutas que são formas não transparentes de promoção de políticas de estado, não aos delitos que sejam cometidos em qualquer época. Estes, os delitos, são normalmente de conta de Poder Judiciário, mas é costumeiramente depois do seu julgamento que passam a integrar, com maior ou menor intensidade, os debates eleitorais e as críticas que os partidos assacam, uns contra os outros, para ressaltar a sua própria autenticidade.
Os partidos democráticos e republicanos, independentemente da sua ideologia específica, devem compartilhar da luta para reduzir ao máximo estes aspectos perversos de qualquer democracia, sem criar a ilusão cínica que um processo judicial — seja ele qual for e contra quem for — terá a capacidade de iniciar uma “era de fim da impunidade”. Criar a ilusão de que iniciaremos, com qualquer processo judicial, uma era de “fim da impunidade”, é criar condições políticas para que, se a oposição atual chegar ao poder, por exemplo, ela não seja punida pelos seus erros e delitos, porque a Ação Penal 470, afinal, já fez “a limpeza necessária no país”, o que é uma supina fraude informativa.
Vou mencionar dois fatos midiáticos típicos, que simbolizam todo um período de luta política no país, que certamente serão arrolados aos milhares em teses acadêmicas futuramente apresentadas a bancas especializadas, o que ocorrerá certamente nos próximos dez anos. O primeiro, apoia-se numa entrevista concedida pelo meu especial amigo, ministro Ayres Britto — diga-se de passagem, ministro honrado e qualificado intelectualmente — que diz (Zero Hora 23.12.12 pg. 8): “O que estamos aqui julgando é um modo espúrio, delituoso, de fazer política. A política é mais importante atividade humana no plano coletivo.”
A afirmativa constante nas declarações do ministro Britto, que sintetiza muito bem a posição do Supremo na Ação Penal 470, elege um ponto de partida perigoso para orientar julgamentos numa Corte Suprema que é sim, também, uma Corte política.
É uma Corte, porém, que não tem poderes para julgar “o modo de fazer política”, logo a própria política — que é feita de diferentes modos em distintos contextos históricos — e que é uma “atividade humana coletiva”, como bem diz o ministro Ayres Britto. Os poderes que são dados ao Supremo pela Constituição, em processos criminais, são para julgar comportamentos devidamente individualizados pelo Ministério Público, como determina a Constituição.
Aceitar que o Supremo possa julgar a “política” é promover a possibilidade de incriminações em abstrato de toda uma comunidade partidária ou de governos, como é comum em regimes de força. A Suprema Corte é uma corte política, porque seus julgamentos têm, muitas vezes, largos efeitos políticos sobre vastos períodos históricos e porque, na análise e na aplicação das normas, sempre pendem coordenadas políticas e convicções ideológicas.
O Supremo não é uma Corte política porque seja o julgador da esfera da política, pois esse tipo de julgamento, no Estado Democrático de Direito, é prerrogativa do povo, em eleições periódicas. E do Parlamento em procedimentos regulados. A conveniência política, por exemplo, em liberar uma emenda parlamentar (destinada a promover um investimento público numa região do país) visando uma votação da Câmara Federal, é uma política encravada na formação da nossa República. É hábito (negativo) do nosso sistema político, mas não constitui qualquer delito, se a liberação for feita dentro das regras vigentes. Fisiologismo parlamentar não é da órbita do Supremo: isso é política, em sentido negativo, é má política; mas é política, usada por todos os governantes para governar dentro da democracia.
Isso só pode ser desmontado por uma reforma política, não por decisões judiciais.
O Ministro afirmou, portanto, que “estamos julgando um modo de fazer política”, o que implica em dizer que os fatos eventualmente delituosos passam pelo juízo preliminar sobre o “modo de fazer política”. Isso é um rotundo equívoco. Quem julga o “modo de fazer política” é o parlamento e o povo: o parlamento em procedimentos regrados pela Constituição e pelo Regimento Interno das Casas Legislativas e o povo em eleições periódicas. Ou seja, posicionar-se o Juiz, no caso concreto, sobre a “política que está sendo feita” — já tida pelo Magistrado como “espúria” e “delituosa” — é restringir a ampla defesa.
A partir daquela convicção, o exame do comportamento individualizado dos réus passa a ser secundário, pois eles são agentes “de um modo espúrio e delituoso” de proceder: criminosos previamente identificados.
Assim, o indivíduo, como réu, subsome-se na criminalização da política presumidamente feita pelo governo e não tem saída nem defesa. O julgamento passa a ser principalmente o julgamento de um “modo de fazer política”, que tanto envolve os réus — integrantes do coletivo político considerado como espúrio e delituoso — como também todos os que estiveram ligados, direta ou indiretamente, às políticas de governo. Todos são culpados: inculpação em abstrato, que foi obrigada a buscar algum tipo de sentido na interpretação ampliada do “domínio funcional dos fatos”, para tentar justificar racionalmente as condenações.
O adequado às funções de uma Corte Superior em julgamentos desta natureza é apanhar os fatos e atos (individualizados na denúncia do Ministério Público) e contrastá-los com as normas que regulam as funções dos agentes públicos. Este contraste é que possibilita a criminalização, ou não, das condutas políticas dos indivíduos, através do sistema de direito. Este é o sistema que dá ordem, materialidade e previsibilidade ao sistema político e que pode promover tanto julgamentos políticos nas esferas pertinentes, como consolidar juízos públicos sobre partidos e indivíduos, com influência nos processos eleitorais.
A partir deste percurso, da quantidade das pessoas envolvidas nos delitos, da gravidade das violações legais e dos efeitos destas, sobre as funções públicas do estado, é que uma política de governo, no seu conjunto, pode ser taxada como “espúria” e “delituosa” e daí julgada pela soberania popular.
O que se constata, em contradição com os fundamentos da sentença da Ação Penal 470, é que o “modo de fazer política” do governo Lula (que na verdade não estava formalmente em julgamento na ação referida) levou o Brasil a um formidável progresso social e econômico, a um avanço democrático extraordinário, a um prestígio internacional inédito, que coloca o cidadão comum na velha disjuntiva: é melhor ter um governo que tenha um modo “espúrio” e “delituoso” de fazer política, que nos consiga tudo isso, ou um governo inepto, mas sério, no qual nós continuamos na marginalidade histórica e social?
Como a disjuntiva promovida pela decisão do STF é falsa, o cidadão comum — que é o principal objeto da manipulação midiática em torno do julgamento — responde por instinto de classe e pelo princípio da aparência imediata (“de onde vêm estes ataques?”): “prefiro o Lula e agora a Dilma, pois alguém está certamente me enganando nesta história toda”. E assim começam as pessoas a prestar atenção em quem serão os beneficiados pela eliminação da memória popular dos governos do Presidente Lula e do seu suposto modo de fazer política.
A razão histórica de caráter udenista do Supremo, julgando uma política “espúria” e não os réus, torna-se uma contribuição para uma razão cínica imediata, erguida sob premissas falsas (“prefiro” — pensa o povo — “quem rouba, mas faz”), mas a seguir se refaz como autoconsciência do protagonismo democrático do povo: “vamos reeleger a nossa Dilma, porque ela é uma boa continuadora do nosso Lula”.
Uma oposição sem rumo e sem propostas recebeu de presente um processo de judicialização da política, feito dentro da ordem jurídica e política atual, compartilhado pelo esquerdismo travestido de UDN pós-moderna. Não tinha como aproveitar, pois estava envolvida demais com o fetichismo neoliberal, com suas divisões internas, com a sua ausência de compreensão do país e do seu povo.
O segundo fato, ao qual quero referir, merece menos reflexão, mas não é menos significativo. Num dia desses, às 7h34 da manhã, na Globo News, a simpática Cristiana Lobo anunciava o seguinte, literalmente: “A CPI do Cachoeira não termina, enquanto isso o bicheiro ganha liberdade”. Atenção, a “culpa” do suposto delinquente ter saído da prisão não é decorrente de uma decisão do Poder Judiciário, que já estava condenando dirigentes petistas a pesadas penas, num processo altamente politizado. A culpa, sugere a notícia, foi da CPI, que é dirigida por um petista, que ainda não terminara certamente o seu trabalho “espúrio”.
A culpa é, pois, da política e dos políticos, parece badalar o oposicionismo sem rumo.
Em todo este contexto, a Ação Penal 470, que poderia ser um grande marco de afirmação do Poder judiciário e de ressignificação da política em nosso país, tornou-se predominantemente uma arena de desgastes tentados contra Lula, a esquerda e o PT, como partido que lidera este formidável processo de mudanças no país: a judicialização da política despolitizou a oposição e empobreceu, ainda mais, nosso sistema político já falido.
É certo, porém, que esta ação penal não é apenas fracasso, o que poderá ser testado com os próximos processos que já estão em curso, que certamente não terão o mesmo interesse midiático que esta ação despertou. Mas ela incidiu largamente sobre o futuro do país e reorganizou a pauta dos partidos e da mídia: hoje a questão já é “o que faremos em 2018?” O “esquema” visivelmente não deu certo: Dilma, Lula e o PT, vão ganhar as eleições em 2014 pelo que já legaram ao país. Com isso, não estou dizendo que o Poder Judiciário entrou em algum esquema previamente concebido, mas que foi devidamente instrumentalizado e “aceitou” esta instrumentalização ora falida.
Trata-se, agora, nós da esquerda e do PT, de nos prepararmos para as próximas eleições de 2014 com Dilma, mas inaugurando uma nova estratégia. Descortinando — já a partir das próximas eleições presidenciais — os traços largos e os largos braços de um programa destinado a reestruturar a democracia brasileira, para mais democracia com participação cidadã, mais transparência com as novas tecnologias infodigitais, mais combate às desigualdades sociais e regionais. Sobretudo partindo da compreensão que todos “querem mais da vida do que pão e manteiga”, como dizia Döblin do seu personagem.
O fim da miséria, que já está no horizonte, é impulso para exigências mais complexas por parte de todo o povo e isso exige, também, um partido dirigente que supere os velhos métodos de direção tradicionais, que normalmente são apenas reativos às conjunturas às vezes difíceis, que atravessam os seus líderes: um partido que trate o cotidiano como tal, mas pense no processo e na História. Pensar em 14 pensando em 18. Neste ano de 2018, independentemente da qualidade dos nossos governos, o sentimento de renovação já estará em pauta no Brasil, face às próprias transformações que engendramos nos quatro governos seguidos, que provavelmente já teremos protagonizado no país.
Pensar assim é tarefa do Partido, não é tarefa de governo. A menos que abdiquemos da nossa função de sujeito político e passemos a ser um escritório de explicações sobre o passado. Se o nome “refundação” ainda fere, por equívoco, ouvidos mais sensíveis, falemos em renovação de fundo e de forma. Não para fugir das nossas raízes, mas para ancorá-las no presente das novas classes trabalhadoras, das novas classes médias, das novas formas de produzir, prestar serviços e distribuir riqueza, dos novos mundos da economia criativa, das novas formas de produção da inteligência, dos novos estatutos de relacionamento global, das novas demandas que não são necessariamente de classe, mas ingredientes básicos de uma sociedade justa e, sobretudo, mais e mais feliz.
O nome disso é “novo socialismo” ou “nova social-democracia”: isso quem decide não é o partido.

Oposição e sua conversa mole




16 milhões de pessoas saíram da miséria absoluta no governo Dilma. Segundo dados do Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio, as vendas de final de final de ano cresceram 5,1% em relação ao ano passado. Em 2011 o crescimento foi de 2,8% em relação a 2010. A Caixa Econômica Federal atingiu pela primeira vez a marca de R$ 100 bilhões em empréstimos para aquisição de casa própria. 33,8% a mais que no ano passado.


O salário mínimo do ano que vem será de R$ 678,00. O maior da História. Nunca ele teve um poder de compra tão elevado. A política de valorização do salário mínimo é o maior programa de transferência de renda do governo federal. Herança de Lula que Dilma consolida. 

Em 2013 as tarifas de energia estarão mais baratas e provavelmente as do gás também.

Mas e o alarmante discurso do “PIBinho”?


Recentemente voltou à tona o apartamento luxuoso na Avenida Foch em Paris de Fernando Henrique Cardoso. Revelado em 2003, FHC somente reconheceu o imóvel como seu há poucos dias. Será que este apartamento esteve em suas declarações de renda?

A pergunta procede por causa do líder tucano no Senado, Álvaro Dias. Dias é o mais novo baluarte da moral. E como todo moralista, não passa de uma fraude. Uma filha, de uma relação extraconjugal, pediu em ação por pensão alimentícia a bagatela de R$ 16 milhões. Na ação ela pede a anulação da venda de cinco casa em Brasília. Se dividirmos, cada casa custa R$ 3,2 milhão. Nada mal, não é?

A vida privada do senador paranaense apenas interessa a ele, mas estas casas não foram declaradas. Dias botou a culpa no seu contador.

Em Minas Gerais, a Promotoria de Justiça da Saúde entrou com uma ação civil pública por improbidade administrativa contra o ex-governador de Minas Gerais, senador e pré-candidato tucano à Presidência da República, Aécio Neves. O valor da ação é de R$ 4,3 bilhões. Estes recursos deveriam ser aplicados na saúde pública. Tanto Aécio quanto Anastasia, atual governador, afirmam ter aplicado esse montante em saneamento básico. O processo corre desde 2007.

A Assembleia Legislativa de São Paulo gasta por ano R$ 33 milhões de reais com pensões vitalícias. Os salários variam de R$ 10.021 a R$ 18.725 e serão reajustados em 2013 para R$ 20.042.

Entre os beneficiários estão alguns tucanos de plumagem histórica como o ex-governador de São Paulo, Alberto Goldman. Ex-ministros e até o presidente da CPF, José Maria Marín. Mas o que chamou a atenção foi Plínio de Arruda Sampaio. Ele recebe R$ 10.021 mensais.

O PSOL, com raras exceções, se pauta pelo moralismo. Não é raro ver os representantes do PSOL no Congresso ao lado do PSDB e do DEM. Plínio de Arruda chegou a defender voto ao Serra nas últimas eleições municipais.

O ano de 2013 será intenso. Afunda mais do que já está as teses oposicionistas no Brasil. À “grande imprensa” resta uma intensificação do denuncismo sem provas. É só!

Voltando ao “PIBinho”. Não, eu não havia esquecido da interrogação acima.

Tanto o “PIBinho” como as falas moralistas da oposição no Brasil são a mesma coisa: lorota.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Conservadores odeiam a luz


FONTE: Cadu Amaral


O anão do orçamento, o presidente nacional do PSDB, disse que “não adianta Lula fugir para as ruas”. É isso o que pensa o PSDB: que as ruas são uma caverna. Um lugar sem luz e eles, os iluminados, determinam o certo e o errado.

O nome disso não é recalque. É outra coisa ainda sem nome.

O medo tucano das ruas se explica. Basta olhar os avanços do país nos últimos dez anos. Vivemos período de pleno emprego. A renda nunca esteva tão distribuída e nossa economia nunca esteve tão forte. A tese do “PIBinho” é conversa fiada. Não existe crescimento infinito. Na Europa e EUA, se a economia cresce dois pontos é feriado.

Com as nossas taxas de distribuição de renda e emprego, essa tese de “PIBinho” é puro devaneio. Todo esse discurso malabarista de validar a negatividade acontece pela opções conservadoras de como devem ser as relações socioeconômicas. O PSDB e a “grande mídia” escolhera acionistas ao invés do povo na questão das tarifas. E ainda por cima, Dilma fez os bancos baixarem os juros. A própria taxa de juro real no Brasil nunca esteve tão baixo.

Um tal Guilherme Fiúza, escritor da biografia de Reynaldo Giannechini, afirmou em O Globo que Dilma e Rosemary são “utensílios” de Lula. Rosemary está respondendo na ação da Polícia Federal. Se for comprovada culpa em alguma coisa, que se pague. Quanto a Dilma, só Lula é mais popular que ela.


A inveja é uma m****! O best-seller desse Fiúza (famoso quem?) é uma biografia sobre um sex simbol global. Se até um jumento escreve essa biografia ela fatalmente venderia como água no deserto.

É certo que há muito por fazer. Temos lacunas históricas que precisam ser preenchidas. Mas o caminho apontado tem mais acertos que erros. E o povo sabe disso.

O povo sabe que esse processo se iniciou com Lula e Dilma dá seguimento. Por isso que “grande imprensa” bate, bate, mas não tem o efeito esperado.

Fenômenos semelhantes acontecem também na América Latina. Honduras e Paraguai judicializaram a política. O resultado foi golpe de Estado.

Setores mais conservadores da Igreja, principalmente a Católica, se aliaram aos golpistas. Eles ajudam a alimentar o ódio, se por vezes não pela questão de classe em si, o fazem aflorando a homofobia, por exemplo.

Quando o Papa faz campanha contra a união entre homoafetivos, ele induz os fieis católicos a se opor a governos progressistas que defendem esse direito.

Vaticano que é um Estado. E como tal pouco respeita sua condição. Todo o tempo interfere em questões de outros estados nacionais. Se os EUA o fazem pelo uso das armas (não somente), o Vaticano o faz pelo uso da fé.

Os conservadores não gostam de povo. O acham ignorante e não conseguem enxergar as lições ele dá todos os dias. Hoje quem melhor dialoga com ele é Lula. Pro inferno astral do “calunistas” da “grande imprensa”, os quais muito deles foram serviçais da ditadura no Brasil. Alexandre Garcia da Globo e Augusto Nunes de Veja, são espécimes destacados.

Depois de muito se agarrarem nas barras das calças dos generais, agora falam em democracia e justiça.

As ruas, o povo é a anti caverna tucana. É a antítese dos ideias conservadores brasileiros. Quando o anão do orçamento fala que ir às ruas é fugir, entenda dar luz ao debate político em curso no Brasil.

Alex Solnik: A vanguarda popular da direita sai do armário

FONTE: viomundo


Detalhe de banner do Endireita Brasil (reprodução Viomundo)
20 de dezembro de 2012 – 15:13 | Home > Revista Brasileiros 62
Vanguarda popular: a direita sai do armário (com roupas de esquerda)
O que pretendem os jovens brasileiros de direita, liderados pelo Instituto Millenium

É didático assistir à palestra de Helio Beltrão Filho postada no site do Instituto Mises Brasil, do qual é o presidente. Ele fala em perfeito inglês na sede do Mises americano, em Auburn, Alabama, mostrando entusiasmo e alegria. “Hoje é carnaval no meu País, o Brasil”, diz ele, esbanjando simpatia. “Os brasileiros estão gozando do seu sagrado direito à felicidade… Eu digo no sentido bíblico…”
Risos discretos pontuam sua observação. O jovem Helio Beltrão Filho vai em frente: “Com toda a festa que ocorre hoje no meu País, escolhi estar aqui porque a minha festa é aqui”.
Ele é a face mais visível e, ao mesmo tempo, menos assustadora da articulação de direita que grassa no Brasil desde 2005. Assustador é o brasão do Instituto Mises Brasil que lembra, por tudo, a TFP (Tradição, Família e Propriedade). O lema do instituto é “Propriedade, Liberdade e Paz”.
O rosto do brasão é do “patrono” do instituto, o economista conservador austríaco de origem judaica Ludwig von Mises, de frente e de perfil. A imagem de perfil guarda uma profunda semelhança com o general Costa e Silva. Talvez seja uma menção proposital. Helio Beltrão, pai do jovem Helio, foi ministro dos presidentes Costa e Silva e João Figueiredo. Presidiu a Petrobras e foi acionista do Grupo Ultra. Com sua morte, as ações foram herdadas pelo filho.
O brasão é medieval, mas sua utilização é moderna. Ele aparece estampado em camisetas, bonés, chaveiros, moletons, adesivos, todos os tipos de acessórios familiares aos jovens. Até mesmo em shapes de skate. Acompanhado de frases como “Inimigo do Estado”, “Privatização Total” e “Imposto é Roubo”, o busto de Von Mises também aparece isolado em camisetas, fora do brasão. Talvez uma tentativa de transformá-lo em Che Guevara da direita. Todos os produtos são vendidos na loja virtual do instituto.
Guevara de Mickey Mouse
A direita se modernizou, essa é a verdade. (“E a esquerda ficou velha”, comenta um amigo, guerrilheiro dos anos 1970.) Helio Beltrão Filho é um importante articulador da aliança de direita no Brasil, mas não é o único a utilizar as mesmas armas da esquerda para outros fins. O Movimento Endireitar, por exemplo, comercializa uma coleção de camisetas com nome muito sugestivo: Vanguarda Popular. Vanguarda Popular Revolucionária é o nome do grupo de guerrilha em que atuou, na juventude, a presidenta Dilma Rousseff. Faz parte da coleção de estampas uma montagem em que um Che Guevara aparvalhado aparece vestindo orelhas de Mickey Mouse. Em outros modelos, há inscrições como Enjoy Capitalism, grafada com as letras da Coca-Cola.
Há dezenas de blogs de direita explícita rolando na internet. Mas o mais importante deles é um portal que se chama Instituto Millenium. É um senhor portal. Perdão, ele não se assume de direita. Mas nem precisava se assumir. O flerte com a direita é explícito. Basta conhecer a lista dos institutos associados, OSCIPs ou ONGs criados depois do Millenium – Movimento Endireita Brasil, Mises Brasil, Instituto Ling, Instituto Liberal, Instituto Liberdade, Instituto de Estudos Empresariais…
Dez ao todo. Ou consultar a lista de livros indicados com destaque para Por que Virei à Direita, assinado por Luiz Felipe Pondé, João Pereira Coutinho e Denis Rosenfield. O curioso é que o contraponto a esse lançamento da Editora Três Estrelas (de propriedade do grupo Folha de S. Paulo) – A Esquerda que Não Teme Dizer seu Nome, de Vladimir Safatle da mesma editora – é tacitamente ignorado.
Por trás de um nome solene, Millenium, não poderia haver menos solenidade no organograma. Os dirigentes fazem parte do Conselho de Governança, há Câmaras de Doadores, de Mantenedores, o linguajar remete aos tempos dos Cavaleiros da Távola Redonda.
Pedro Bial é fundador
Mas não importa. O portal é grandioso. Não podia ser diferente, se dois de seus pilares são Roberto Civita e Grupo Abril e João Roberto Marinho, sem Rede Globo, porque os dois outros irmãos não estão no jogo. Roberto e João Roberto são mantenedores e integram o Conselho de Governança. Nomes de alta estirpe comandam a operação, como Jorge Gerdau Johannpeter, Armínio Fraga, Helio Beltrão Filho (novamente) e outros rostos conhecidos da TV também estão lá. Pedro Bial, por exemplo, é fundador e curador.
A lista de doadores traz uma surpresa: Leandro Narloch. Um nome familiar. Há muitas semanas frequenta a lista de best sellers da revista Veja, publicada pela Editora Abril, e cujo redator-chefe, Eurípedes Alcântara, integra com Antonio Carlos Pereira, chefe dos editorialistas do Estadão, o Conselho Editorial do Instituto Millenium. Há pouco tempo, o best seller de Narloch, Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, ganhou uma réplica de Luiz Felipe Pondé, que lançou o Guia Politicamente Incorreto da Filosofia. E também entrou na lista de best sellers da Veja.
Haja colaboradores!
Convém explicar que o Millenium é um portal de artigos e notícias (texto e vídeo) fornecidos por seus 450 colaboradores e especialistas. Você leu certo: 450. Ives Gandra Martins, Nelson Motta, Marcelo Madureira, José Padilha, Josué Gomes da Silva, Claudia Costin, Bolívar Lamounier, Reinaldo Azevedo, Eurípedes Alcântara, Roberto da Matta, Pedro Malan, Carlos Vereza, Luiz Felipe D’Ávila, Carlos Alberto Sardenberg, Demetrio Magnoli e Marco Antonio Villa, entre muitos outros. Nenhuma revista tem tantos. Nem a Veja. Nenhum jornal. Nem o Estadão, nem a Folha. Ninguém.
Amaury de Souza
Mas antes de ser portal, Millenium é um instituto sediado no Rio de Janeiro, que promove fóruns, simpósios e colóquios sobre os temas que mais lhe são gratos: a forma de diminuir o tamanho do Estado brasileiro e como preservar a liberdade de expressão que, segundo seus líderes, está ameaçada.
O interessante é que, quando a liberdade de expressão não foi apenas ameaçada, mas suprimida nos tempos da ditadura militar, esses mesmos paladinos da democracia não foram vistos nas trincheiras da liberdade de expressão. Muito ao contrário. Presidente do Instituto Milleniun até 17 de agosto último, quando não resistiu a um câncer do pâncreas, aos 69 anos, o cientista político Amaury de Souza tem, em seu pomposo e elogiado currículo, passagem como professor emérito da Escola de Comando e Estado Maior do Exército (ECEME), o que leva a crer que ele e os militares dividiam, no mínimo, as mesmas convicções. Tanto é verdade, que, em 1999, ele recebeu da Escola Superior de Guerra a Medalha do Mérito Marechal Cordeiro de Farias. Que serviços terá ele prestado à ditadura? Não foram pequenos, caso fossem não seria tão grande a honraria. Sua barba bem comportada jamais compareceu a algum protesto, nos anos 1960 e 1970, contra a censura à imprensa.
Denúncia do Casseta
De 2005 para cá – enquanto vivo, claro – à frente do Millenium, Amaury de Souza organizou colóquios, simpósios e fóruns a dar com pau. Um deles, denominado Democracia e Liberdade de Expressão, em 24 de março de 2010, com a participação impagável de Reinaldo Azevedo e Marcelo Madureira. Esses encontros se resumem em cada um dos participantes listar o que há de pior no Estado brasileiro sob a batuta do PT.
Marcelo Madureira, que era conhecido até então apenas como humorista, fez uma denúncia sensacionalista: a democracia no Brasil estava em perigo. “Quero denunciar o seguinte: a sociedade brasileira é vítima de ataques à democracia! São ataques à democracia, como o mensalão é um ataque à democracia, a legislação eleitoral é um ataque à democracia. E a sociedade tem de reagir com firmeza a isso!”.
“Eu sou de direita!”
Reinaldo Azevedo mal tinha saído das fraldas, fez 3 anos em 1964, muito cedo para entender o que estava acontecendo. Em 1968, completou o sétimo aniversário. Mas, em 1984, quando ele estava com 21 e todas as pessoas de bem do Brasil foram às ruas para derrubar a ditadura militar sem um tiro sequer, não sabemos onde Reinaldo Azevedo se encontrava. Nos palanques das Diretas Já não foi visto.
Hoje, no entanto, ele se acha em condições de dar aulas sobre democracia, como fez nesse fórum do Instituto Millenium, em que deblaterou sobre política e economia com a mesma falta de conhecimento: “Todos nos tornamos reféns de uma questão que se chama estabilidade econômica. A ditadura militar ruiu por conta da inflação e, enfim, a militância, etc. Mas por conta da inflação, que se estendeu Nova República adentro, de maneira dramática (…). Nós tínhamos um partido que passou vinte e tantos anos fazendo a guerra de valores, sabotando todas as tentativas de estabilização, as honestas e as atrapalhadas, de maneira que chega em 2002, o PT se elege, faz uma carta ao povo brasileiro e todos, especialmente os setores mais conservadores, fatias importantíssimas do empresariado: ‘Ahhh, eles aderiram finalmente à economia de mercado, então vamos todos respirar aliviados. Finalmente, eles não vão querer fazer o socialismo’. (Levantando a voz, quase colérico.) A questão é se eles conseguiriam fazer se quisessem! (Mais calmo.) Porque não conseguiriam! E por quê? Eles nos ofereceram estabilidade e, então, de algum modo, nós entregamos tudo a eles”.
Reinaldo Azevedo continua: “Existe uma guerra em curso. O lado de cá, o lado de cá que eu digo é o lado da democracia… Marcelo Madureira disse: ‘Eu sou PSDB’. Eu não sou! Sou de direita! O PSDB não é. É da direita democrática. Eu sou um liberal democrata, não sou um social democrata!”.
O verme dos arrozais
No dia 20 de março de 2012, Arnaldo Jabor dá a sua contribuição ao Fórum Democracia e Liberdade de Expressão do mesmo Instituto Millenium: “Vamos falar claro: o Lula, apesar de bater cabeça pros dois lados, de bater uma no cravo e outra na ferradura, uma na caldeirinha e outra na cruz, ele manteve os bolchevistas, os jacobinos fora do poder de alguma maneira. Manteve certa cerca ao jacobinismo. Com seu temperamento conciliador, etc. E chega momento em que fica até repulsivo. Mas ele conseguiu isso. É um mérito real. Agora, o perigo é que… Eu conheço, como alguns aqui conhecem, como o Amaury (de Souza) conhece cabeça de comunista. Cabeça de comunista não muda, ela é feita de pedra, de granito, aquilo não muda. Fui do Partido Comunista, mudei, mas sou um caso raro… Sou um comunista autocrítico. Não aquelas autocríticas que eles faziam, extraordinárias… Eu me lembro de uma famosa do Lin Piao que começava assim: ‘Eu sou um cão imperialista, eu sou um verme dos arrozais…”.
Mas o que eles querem, afinal, com tudo isso? Qual é o objetivo? Derrubar o governo atual? Tomar o poder? Como? Talvez a melhor resposta seja a intervenção de Alberto Carlos Almeida no 5o Colóquio Impostos, Consumo e Cidadania no dia 24 de agosto de 2010, em que ensina a um pequeno grupo de formadores de opinião como convencer a população brasileira a exigir do Congresso Nacional a redução de impostos: “O que a população quer é redução de impostos de alimentos. Nós temos de mobilizar a sociedade brasileira e simplesmente dizer: vamos colher dez milhões de assinaturas para os congressistas votarem redução de impostos nos alimentos. Isso pode virar um rastilho de pólvora. Aí, precisaremos de alguns mecenas. Você vai falar para os empresários: ‘Temos de reduzir impostos e vocês são mecenas’. ‘Não, eu não vou contribuir porque tenho medo do governo.’ Então, esqueçamos, vai cada um para sua casa sonegar impostos. O brasileiro é pragmático. Ele quer comprar mais. O brasileiro não tem doutrina contra o imposto, contra o governo. Tem de vender isso pra ele. ‘Ah, você quer comprar mais? Então, assina aqui a favor da redução de impostos.’ Pronto!”.
O mundo da demagogia
Conselheiro de políticos, Alberto Carlos Almeida, a quem, aliás, Reinaldo Azevedo chama de “trapaceiro” e “plagiador”, enquanto é taxado por ele de “ultradireitista”, tem uma visão muito particular sobre democracia: “Democracia, por definição, é o mundo da demagogia! Ou você vai chegar na campanha e dizer: ‘Olha, vou aumentar seus impostos. Por favor, vote em mim!’? Você tem de prometer reduzir imposto! Quando chegar lá, você vê o que vai fazer! É assim que funciona em qualquer lugar do mundo!”.
Amparado em pesquisas, revela conhecer as entranhas do pensamento da classe média brasileira: “Funcionário público para a população brasileira se resume a três: policial, médico e professor. O resto que se dane! A população pensa assim. Porque é quem lida com ela”.
Ele tem a fórmula para acender o pavio de sua revolução contra a grandiosidade do Estado: “A comunicação com o povo brasileiro é simples: ‘Olha, vamos reduzir impostos, mas não vamos mexer em direito trabalhista e vamos impedir que aconteça greve de policial, médico e professor. Você me apoia?’. Ele vai dizer: ‘Claro que apoio’. A comunicação tá pronta”.
Por trás de tantas palavras, pesquisas e elucubrações de tantos luminares como Alberto Carlos Almeida – a maioria de barba bem aparada, geralmente grisalha e um estranho modo empolado de falar – há um projeto que pode ser sintetizado dessa forma. O que eles querem primeiro é “levantar” a população contra o Estado, convencê-la de que é muito grande e ineficaz, que o caminho para tal é diminuir impostos.
Cortar impostos, em última análise, equivale a dar menos dinheiro para o Estado petista. Com menos Estado, com menos impostos a serem recolhidos, o governo do PT fica fragilizado, perde sua base de sustentação, que são os pobres e, então, a direita poderá entrar com seu discurso nesse vácuo. E tentar o caminho das urnas. Será? Mas quem será seu líder?
Nêumanne: não sei de nada
Um paraibano alto, de cabeça grande, que fala grosso. Essa é uma descrição aproximada e sintética de José Nêumanne Pinto, cuja foto e nome constam da lista de colaboradores e especialistas do Instituto Millenium.
No café que marcamos em um bar do bairro de Higienópolis, na região central de São Paulo, ele nega conhecer o Instituto Millenium. A situação se inverte: ele pede que eu explique do que se trata. “Mas sua foto está lá, com seu nome e seus artigos”, tento argumentar. Ele alega pirataria. Ademais, não tem tempo para ler todos os blogs e portais que replicam seus artigos. Não são seus três empregos os responsáveis por lhe tomar tanto tempo. Em um dia apenas, ele escreve um editorial para o Jornal da Tarde, grava um comentário político para a Rádio Jovem Pan e outro para o Jornal do SBT. Perde mais tempo, porém, com outras dores de cabeça. Ele tornou-se alvo, uma espécie de Geni, na qual os petistas já se acostumaram a jogar pedra. Claro que a resposta dos petistas é muitas vezes mais virulenta que seus comentários anti-Lula. (Em seu livro mais recente, O Que Sei de Lula, ele acusa o ex-presidente da República de ter delatado colegas na época do sindicato de São Bernardo do Campo.) Um deles começou a denunciá-lo sistematicamente por estupro.
“Pegamos o Nêumanne”
O que mais machucou Nêumanne, no entanto, foi saber, por meio de um amigo comum, que o ministro da Justiça José Eduardo Cardoso tinha comemorado a denúncia, antes de a Justiça considerá-la falsa e obrigar o Google a retirá-la, sob pena de multa de R$ 10 mil por dia. “Pegamos o Nêumanne”, teria comentado o ministro. Outra aporrinhação partiu de um sujeito que decidiu enviar ameaças de morte, via internet, para ele “parar de falar mal do Lula”. Uma das mensagens mostrava um revólver apontado para o jornalista. O autor foi identificado, compareceu à delegacia, prestou depoimento e foi liberado.
Tento arrancar de Nêumanne alguma reação. Pergunto se não se incomoda em participar de uma orquestração de direita, mesmo sem se dar conta disso. Ele não dá a mínima, diz apenas: “Ah, eles me convidam de vez em quando para alguma conferência, mas nunca fui”. Nêumanne admite, no entanto, conhecer o presidente do Instituto Millenium, Amaury de Souza. “Ele é meu amigo. E não é de direita.” (Uma semana depois do nosso encontro, Amaury de Souza morreu.)
Tropa de elite
Outra foto e nome que estão lá e ninguém mandou tirar: José Padilha, o diretor de Tropa de Elite. Ele também não dá muita importância ao e-mail que lhe envio, pois o que recebo de volta é uma mensagem de sua assessora, Rafaela Panico, com o seguinte teor: “O José Padilha está em pré-produção com seu próximo filme no exterior. Ele está muito ocupado e não está podendo dar entrevistas nem por e-mail nesse momento. Peço desculpas e espero poder te ajudar em uma próxima oportunidade”.
Quem diria: Bolívar Lamounier também aparece como colaborador e especialista do Instituto Millenium. Eu jamais o identificaria com o pensamento de direita. Mas ele é parceiro de Amaury de Souza no livro A Classe Média Brasileira: Ambições, Valores e Projetos. Bolívar mantém certa distância do Millenium, pero no mucho: “Eu participei uma vez ou duas de seminários deles. Não tenho participação regular e não sou articulista, mas não vejo motivos para criar arestas, só se houver um problema específico”.
“Cuide dos seus comunistas”
No tempo em que bandeiras vermelhas da TFP saíam às ruas de São Paulo para combater as bandeiras vermelhas do comunismo – anos 1960, 70 –, jornalistas de esquerda predominavam nas redações. Um empresário reconhecidamente de direita, como Roberto Marinho, não deixava os militares prenderem “seus” comunistas para não desfalcar seu time. “Cuide dos seus comunistas que eu cuido dos meus”, disse certa vez a um general de plantão no poder.
Os “comunistas” tinham fama de trabalhadores sérios, competentes e criativos. Dono de jornal, precisava vender jornal. Ainda que houvesse censura, imprensa precisava ser de “oposição”. Ninguém compra um jornal para ler elogios. O empresário não corria riscos de ver a ideologia de seu funcionário estampada nas páginas. Disso cuidava a censura. Do esquerdista, o empresário aproveitava o talento, a força de trabalho, o fato de ser “pau pra toda obra”.
Era contraditório: a direita tinha ganhado a guerra pelo poder, mas a esquerda comandava as redações. A esquerda mandava tanto na imprensa, que um grupo de jornalistas do Pasquim conseguiu acabar com a carreira do mais famoso cantor da época, Wilson Simonal, acusado de ser dedo-duro da direita. Em uma ditadura de direita, a esquerda derrubou um artista de direita!
Diogos Mainardis
Mais adiante, anos depois, a situação se inverteu. A ditadura caiu, em 1985, graças ao empenho da esquerda, pois a direita ficou até a última hora ao lado da ditadura militar. Mas nas redações a situação se inverteu. A direita ocupou as posições da esquerda. Havia, em 2002, apenas um Diogo Mainardi – que saiu da Veja e entrou na Globo News. Agora, são dezenas. Para ter um bom emprego, bem remunerado, numa publicação de grande porte, a senha agora é ser de direita. Mais precisamente: falar mal de Lula e do PT. Falar mal de Lula e do PT passou a significar espaço garantido nos grandes veículos de comunicação, com as devidas recompensas monetárias.
Os esquerdistas perderam seu encanto? Seu talento? Não. Com o advento da democracia e o fim da censura, manter esquerdistas tornou-se perigoso. Agora, eles podem esparramar sua ideologia nas páginas dos jornais e revistas. A censura acabou. Ao invés de vigiá-los, os patrões (de direita) preferem contratar profissionais de direita, que pensam como eles (os patrões). Devido a esse fenômeno, o pensamento de direita está disseminado em um número cada vez maior de veículos de comunicação no Brasil.
“Por que todo mundo tem de ser progressista?”
Não por acaso, ideias de direita estão de volta à circulação no Brasil. Seus principais propagadores são jovens, como Ricardo Salles, um advogado de 37 anos, de São Paulo, que em nada lembra, no trajar, um sujeito de direita. Mas é. Tanto é que o grupo que preside se chama Movimento Endireita Brasil. Em seis anos, desde 2006, ele conseguiu aglutinar 450 participantes ativos.
Salles já foi candidato pelo PFL, hoje critica o DEM. Está filiado ao PSDB, mas não se entusiasma pelo partido. Participa das atividades do Instituto Millenium, mas gostaria que ele se assumisse como direita, assim como o Endireitar.
Numa rápida conversa que tivemos em seu escritório, ele disse, em resumo, o que pensa sobre as desigualdades sociais no Brasil: “Tem muita gente que é pobre porque não quer trabalhar! Tem muita gente que não vai pra frente na vida porque não quer se esforçar. Tem muita gente que comete o crime porque realmente não tem valores. Não tem nada a ver com problema social, que ela foi criada em favela”.
Ideologia: “Por que todo mundo tem de ser de esquerda? Por que todo mundo tem de ser progressista? Por que todo mundo tem de ser pró-interferência do Estado na economia? Pró-Bolsa Família? Pró-BNDES?”.
Lady Baginski
O discurso de Ricardo Salles, contrário a qualquer ditadura, até à militar, virou lugar comum entre os jovens direitistas brasileiros. E também a versão de que a ditadura de direita no Brasil foi um mal menor, estabelecida para evitar uma ditadura de esquerda que estaria sendo engendrada.
Talvez a mais excêntrica das jovens brasileiras de direita atualmente seja a advogada de Caxias do Sul de apenas 22 anos, muito bonita e ligeiramente punk. Usa piercing no lábio inferior.
Embora defenda a legalidade democrática, Cibele Bumbel Baginski ou Lady Baginski, como ela prefere ser chamada, decidiu, com seu grupo, em junho deste ano, relançar um partido que foi criado para apoiar a ditadura militar de 1964: Arena. Ela jura de pés juntos à Brasileiros que ditadura não é papo para ela, o nome é só um nome. No entanto, muita água ainda vai rolar debaixo da ponte até que sua Arena reúna os 500 mil votos necessários para disputar eleições em 2014, como ela e seu grupo planejam.
Nenhum partido, em uma democracia, é óbvio, vai declarar publicamente que pretende chegar ao poder pela força, e não pelo voto. É pelo voto. Hitler chegou ao poder pelo voto. A incógnita é como a direita vai agir depois de chegar ao poder pelo voto. O problema não é a direita entrar, é a direita sair. É uma hipótese bem difícil de acontecer, essa de a direita chegar ao poder pelo voto no Brasil. Políticos experientes não se arriscam a fundar um partido de direita em um País com as desigualdades sociais do Brasil. Os partidos de direita sempre tiveram de esconder a palavra direita. Direita não dá voto. Qual é o discurso da direita para o povão? Para o trabalhador? Quando a direita foi a favor de aumentar salário de trabalhador? A direita só tem discurso para a classe média e daí pra cima. A direita só terá sucesso eleitoral no Brasil quando a classe média tiver votos suficientes para elegê-la. Enquanto os pobres e os trabalhadores formarem a maioria dos brasileiros, a direita não terá vez nas urnas.
Direitas Já
Suponhamos, no entanto, que ela ganhe uma eleição presidencial. Governo da direita democrática. Como o governo de Lady Baginski vai reagir em caso de greve de trabalhadores? Como será seu diálogo com os índios? E com os sem-terra? E com os sindicatos? A direita no poder saberá negociar com o Congresso Nacional ou vai impor sua vontade pela força? E se o Congresso Nacional resolver peitar o governo de direita, o que poderá acontecer?
“O voto não vem em primeiro lugar”, antecipa-se um dos participantes de um blog chamado Direitas Já, Renan Felipe, de 21 anos. Antes, é necessário conscientizar a população, o que o seu e outros dezenas de blogs de direita estão fazendo atualmente.
Tanto Lady Baginski quanto Renan Felipe estão nas águas da direita sem conhecer muito bem aquele que foi e é até hoje a expressão máxima desse caminho político, o abominável Adolf Hitler. “Ele tinha qualidades e defeitos como qualquer ser humano”, arrisca La Baginski. “Li Mein Kampf, assim como muitos outros para trabalho escolar, superficialmente, como material de pesquisa. Sobre o autor da obra, diria que tem um estilo de escrita que não é extremamente cativante, apesar de objetivo nas suas ideias e, bem ou mal, acreditava no que dizia. Teve defeitos e qualidades, como todos os seres humanos. Como político, creio que cometeu erros crassos e deu vazão a consequências muito desagradáveis de se rememorar na história.”
Falando à Brasileiros, Renan Felipe culpa a esquerda pela existência da direita: “Esse é um preconceito muito difundido no Brasil, que é o de associar nacional-socialismo ou fascismo com direita política. Tanto o nacional-socialismo quanto o fascismo nascem da esquerda política e se dirigem para o centro, mesclando elementos de nacionalismo e socialismo. Nunca li o livro de Adolf Hitler, apenas excertos, discursos e citações. De modo geral, as ideias nacional-socialistas são ruins porque mesclam tudo que não presta: socialismo, racismo e nacionalismo fanático”.
A direita brasileira nunca esteve tão ativa intelectualmente como hoje. A direita brasileira nunca teve adeptos tão jovens como tem hoje. O que falta ainda à direita brasileira é um grande orador – parafraseando a epígrafe de Hitler aqui acima – capaz de ganhar a maioria dos brasileiros para a “causa”.
SÓ NÃO VALE DAR TIRO NO BLOGUEIRO
Seu lema é: “Estamos chegando! A nova direita do Brasil!”. Suas palavras de ordem são: “Deus é supremo… Comunismo é do demo!”, “Vote no PT de novo para ele entrar mais fundo no rabo do povo”, “Diga não à política narcótica vermelha”. Sua mensagem, ele transmite em vídeo postado em seu blog, que faz referências ao Movimento Endireita Brasil. Ricardo Gama é bem diferente de outros direitistas, que falam para a classe média de forma tranquila e ponderada. Ele tenta ser entendido pelo povão, seu discurso é mais chulo e ditatorial: “Ahhh… As minhas razões e as minhas emoções pra fazer esse vídeo… É sobre o vídeo que eu fiz sobre o Sérgio Cabral e o Anthony Garotinho que postei agora no meu blog… Tão me metendo porrada… Dá mais porrada! Só não vale dar tiro no blogueiro!”
Gama fala mais: “Mermão, quando Garotinho foi governador do Rio, eu não morava aqui, eu morava em Minas. Hoje, eu tô no Rio de Janeiro. Você tá criticando Garotinho, você tá criticando Sérgio Cabral, tão dizendo que os dois… Critica, mermão, mas faz alguma coisa!”. Mais ainda: “Mas olha só: não faz só no mundo virtual, não, faz no mundo real também. O governo do Anthony Garotinho já passou, agora tá no governo Sérgio Cabral, que tá essa zona toda e ninguém faz porra nenhuma!”. Outro: “Ficam teclando na internet. Poucos têm coragem de dar as caras. Liberdade de expressão! Senta porrada no deputado Anthony Garotinho! Mas por quê? Quando ele era governador, nego não saiu na rua quando ele fez alguma coisa errada, claro que ele deve ter feito alguma coisa errada, ninguém é perfeito”.
Gama continua: “Mas por que o povo não saiu na rua? Não quebrou a porra toda? Não se rebelou? Agora ficam criticando! Agora tá o Sérgio Cabral, roubando pra caralho, ninguém faz porra nenhuma! E aí o quê? Quando entrar o próximo governador…” Ele escreve mais: “Mermão, não fica só no protesto virtual… Dá as caras! Sai na rua! Se mobiliza! Reclama! Reclama com o atual, porque o passado não adianta mais, não”. Outro post: “Em 2014, vai ter eleição. Preste atenção em quem você vai votar, mas reclama, mermão! Pode me usar. Pode me xingar. Pode me meter a porrada. Mas reclama! Digita aí mesmo. Mas vê se faz um favor: sai na rua!” Ainda: “A vida, mermão, não é só futebol, novela e mulher bonita na praia. ‘Ah, eu não gosto de política’. Foda-se que você não gosta. Mas você é governado por políticos e a sua omissão tá fazendo o povo viver na merda! Eu sou Ricardo Gama. Um abraço. Aflora, meu irmão! Põe pra fora! Vamo dar um basta!”.
QUEM É QUEM NO MILLENIUM
Um dos fundadores e curadores é o conhecido apresentador do BBB Brasil, da Rede Globo, Pedro Bial. Mas o Instituto Millenium é composto por:
Câmara de Fundadores e Doadores
Uma lista de 16 nomes, entre eles, os mais conhecidos são Guilherme Fiuza (jornalista), Gustavo Franco (ex-presidente do Banco Central no governo FHC), Helio Beltrão Filho (presidente do Mises Brasil e sócio e ex-presidente do Grupo Ultra), Paulo Guedes (economista) e Pedro Bial (apresentador do BBB, da TV Globo)
Câmara de Mantenedores
Alguns: Roberto Civita (presidente do Grupo Abril), João Roberto Marinho (um dos sócios da Rede Globo), Arminio Fraga (economista do governo FHC), Helio Beltrão Filho, Jorge Gerdau Johannpeter (presidente do Grupo Gerdau), Josué Gomes da Silva (filho de José Alencar, vice-presidente da República no governo Lula), Maristela Mafei (presidente da Máquina Public Relations), Nelson Sirotsky (presidente do Grupo RBS)
Câmara de Instituições
Confederação Nacional dos Jovens Empresários, Espírito Santo em Ação, Instituto Atlântico, Instituto de Cultura da Cidadania, Instituto de Estudos Empresariais, Instituto Liberal, Instituto Liberdade,
Instituto Ling, Instituto Mises Brasil e Movimento Endireita Brasil
Conselho de Governança
Presidente Amaury de Souza (morto em agosto passado), Antonio Carlos Pereira, Helio Beltrão Filho, João Roberto Marinho, Jorge Gerdau Johannpeter, Luiz Eduardo Vasconcelos, Roberto Civita, Paulo Guedes, Salim Mattar, William Ling e Pedro Henrique Mariani
Gestor do Fundo Patrimonial Armínio Fraga
Conselho Editorial
Antonio Carlos Pereira e Eurípedes Alcântara
Mantenedores e Parceiros
Abril, Gerdau, Localiza, Statoil (Grupo Líder), Suzano (Grupo Master), Instituto Ling, Mises Brasil (Grupo Associado), Thomsom Reuters, Maquina Public Relations, Grupo M&M, Grupo RBS, O Estado de S. Paulo
Doadores
Uma lista extensa, da qual constam João Roberto Marinho, Roberto Civita, Arminio Fraga, Josué Gomes da Silva, Leandro Narloch (o escritor best seller)
POR QUE NINGUÉM MATOU ESSE CARA?
“Não ignoro que é pela palavra muito mais do que por livros que se ganha os homens: todos os grandes movimentos que a História registrou ficaram a dever muito mais aos oradores do que aos escritores” Adolf Hitler, em Mein Kampf.
Fui ler, depois de velho (para esta reportagem) o tal do Mein Kampf, do canalha Adolf Hitler. Fiquei indignado. E recomendo a leitura para que todos percebam que esse foi o maior canalha da História.
O que ele escreve sobre os judeus é asqueroso. Não entendo como algum judeu alemão não o matou naqueles idos de 1924, quando ele escreveu esse lixo de ofensas. O maior gênio da humanidade, então, se chamava Albert Einstein, um judeu. E alemão. O maior gênio do cinema era outro judeu Charles Chaplin. Hitler, no entanto, afirma que os judeus “até parecem gente”, “não tomam banho”, “são covardes”, e os insulta com um sem-número de impropérios que só podiam sair da boca de um covarde, sádico, imoral e genocida, cujo assassinato, então, poderia ter salvo milhões de vidas de pessoas maravilhosas.
por Alex Solnik

sábado, 22 de dezembro de 2012

Governo inaugura trecho da transposição do Rio São Francisco


FONTE: advivo


Por Marco Antonio L.
No Democracia e Política

Dois canais e uma barragem foram inaugurados quarta-feira em Pernambuco no projeto de intervenção do Rio São Francisco. Orçamento inicial dobrou
Por Leandro Kleber, do jornal “Correio Braziliense”

“Cabrobó (PE) — O governo federal inaugurou quarta-feira, finalmente, um trecho das obras de transposição do Rio São Francisco. Foram entregues pelo Exército, responsável por alguns trechos do empreendimento, dois canais de ligação e uma barragem no município pernambucano. A inauguração, porém, ficou comprometida, pois para que a água passe pelos quase 4km construídos pelos militares até chegar ao reservatório, é necessário finalizar uma estação de bombeamento e uma ponte. Esses projetos são tocados por empreiteiras. Apesar da importância dada pelos militares à solenidade de entrega das obras, o evento foi esvaziado, já que o primeiro escalão do governo participa da conferência “Rio+20”.

Iniciada em 2007, no governo Lula, está longe de ser concluída. As obras de transposição do Rio São Francisco, que, quando finalizadas deverão beneficiar mais de 12 milhões de pessoas nos estados de Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, só estarão encerradas em 2015. O planejamento inicial previa a conclusão em 2010 do Eixo Leste, com extensão de 220km e orçamento inicial de R$ 1,5 bilhão, e em dezembro de 2012, do Eixo Norte, com extensão de mais de 400km e custo preliminar de R$ 3,4 bilhões.

Mas muitos trechos tiveram de ser renegociados com as empreiteiras, e novas licitações serão feitas até setembro, de acordo com o Ministério da Integração Nacional. Algumas delas acabaram abandonando os canteiros de obra por divergências entre o projeto básico, elaborado pela pasta, e o executivo, feito pelas empresas. O problema é que o orçamento já estourou as contas iniciais, que apontavam investimentos da ordem de R$ 4 bilhões. Agora, o custo total deve ultrapassar a casa dos R$ 8 bilhões.

"Temos casos em que teremos que punir as empresas. Há dificuldade para negociar. Por lei, a administração pública pode conceder aditivo de até 25% sobre o valor inicial previsto", explica o secretário de Infraestrutura Hídrica do Ministério da Integração Nacional, Francisco Teixeira. Ele argumenta que o preço da obra foi elevado por causa da atualização anual da inflação, por problemas entre os projetos básico e executivo e devido a [novas exigências e] novo cálculo de custos dos programas ambientais.
No caso do trecho sob a responsabilidade do Batalhão de Engenharia e Construção do Exército, o ministério avalia que, por ser órgão do Estado, há facilidades. "Eles não precisam passar por aqueles processos licitatórios, por exemplo", diz. O general Joaquim Silva e Luna, chefe do Estado-Maior do Exército, avalia que a diferença é que as empresas buscam o lucro, enquanto os militares desejam prestar um bom serviço à sociedade. "Estamos fazendo nossa parte, mas acredito que as coisas [pelas empreiteiras privadas] deveriam estar sendo feitas simultaneamente", afirmou, na frente da Barragem de Tucutu, que ainda não recebeu água devido aos atrasos nas obras de bombeamento tocadas pela iniciativa privada. 
O Comando garante que irá devolver R$ 5,5 milhões à União por não ter usado a verba e que, no total, foram desembolsados R$ 121 milhões com a construção dos dois canais e com a barragem.”
BALANÇO:
Investimento total - R$ 8 bilhões
Investimento de 2007 a 2010--Eixo Leste: R$ 1,8 bilhão
--Eixo Norte: R$ 1,7 bilhão
Execução das obras--Eixo Leste: 50%
--Eixo Norte: 23%
Previsão de término--Eixo Leste: dezembro de 2014
--Eixo Norte: dezembro de 2015
Total de pessoas, em 390 municípios, beneficiadas com o projeto: 12 milhões”
FONTE: reportagem de Leandro Kleber, do “Correio Braziliense”. Transcrita no portal da FAB (http://www.fab.mil.br/portal/capa/index.php?datan=21/06/2012&page=mostra_notimpol) [Imagem do Google adicionada por este blog ‘democracia&política’].

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

LULA VAI À RUA PEITAR O GOLPE



FONTE: conversaafiada


A elite não aguenta mais seis anos de governos trabalhistas. Dois da Dilma e mais quatro (da Dilma ou do Lula). Só o Golpe ! E é por isso que o Lula vai às ruas.


"SÓ HÁ UMA POSSIBILIDADE DE ME DERROTAR: É TRABALHAREM MAIS DO QUE EU", DIZ LULA


“No ano que vem, para alegria de muitos e tristeza de poucos, voltarei a andar por este país. Vou andar pelo Brasil porque temos ainda muita coisa para fazer, temos de ajudar a presidenta Dilma e trabalhar com os setores progressistas da sociedade”, declarou o ex-presidente.

(Foi) durante ato político de posse do novo presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques.

Navalhada

Na primeira tentativa de Golpe de Estado com o mensalão, em 2005, Lula também avisou que, se o Golpe tentasse subir a rampa, ele voltava para o ABC e enfrentava o Golpe.
Os historialistas pátrios, esses que dizem que o Jango caiu porque gostava de pernas – de coristas e de cavalos – poderão argumentar que Lula será enforcado como Jango, porque “o esquema” não vai funcionar.
No caso de Jango, fracassou o “esquema militar”.
No de Lula, fracassará o “esquema sindical”.
Tem uma pequena diferença.
Jango não nasceu na Vila Euclides – clique aqui para ver o vídeo na TV Afiada.
Jango não tinha acabado de realizar um Governo do tipo Nunca Dantes, re-eleito duas vezes.
O sindicalismo de hoje é diferente, também.
O Rafael, o Sergio e o Vagner não são pelegos.
Têm muitos anos de experiência na batalha política, num ambiente de competição com as forças do insigne Paulinho da Força, cerrista explícito.
Eles seguem a tradição, ali no ABC, do próprio Lula, do Feijóo, Marinho, por exemplo.
O Celso de Mello não sabe onde se meteu.
O Luis Fux não sabe onde se meteu.
(O Gurgel já, já vai pra casa, com o Collor atrás dele. Será depositado na nota de pé de página a que tem direito na História Sinistra do Ministério Público, que transformou numa excrescência.)
Não foi por acaso de o Nunca Dantes anunciou no seu berço político que ia voltar à rua.
No Sindicato dos Metalúrgicos.
Lula vai defender na rua não apenas o seu legado.
Mas, um de seus legados, o Governo Dilma.
(Ou o Zé Cardozo, que amarelou e traiu o Maia,falou pela Dilma ?)
E vai defender a ordem constitucional, que o Supremo se prepara para rasgar de novo, com a decretação da prisão do José Dirceu.
A Casa Grande não tem candidato.
Não há de ser o Aécio Never, pífio nas pequisas pré-eleitorais, e pendurado nas denúncias repetidas de corrupção –como na Lista de Furnas.
Só pode ser o “elite da elite”, o cérebro e centro da Privataria Tucana.
A elite só tem uma saída.
O Golpe.
A Globo sabe disso: ela não ganha eleição.
Só serve para o Golpe.
O Golpe no Supremo.
Em que ela e o Ataulfo Merval de Paiva se tornaram o 12º Voto.
No Supremo, a Globo suspende o Orçamento de 2012.
No Supremo, a elite pretende cassar os direitos políticos do Lula, o “safo”.
Decretar o impeachment da Dilma.
E realizar o sonho que os mexicanos acabaram de materializar, com a eleição de Peña Nieto: privatizar a PEMEX.
Já já um Daniel Dantas da vida entra com um HC Canguru no Supremo e derruba a obra magna do Nunca Dantes – o pré-sal é nosso !
Não se iluda, amigo navegante.
A elite não aguenta mais seis anos de governos trabalhistas.
Dois da Dilma e mais quatro (da Dilma ou do Lula).
Só o Golpe !
E é por isso que o Lula vai para as ruas.
Já que o PT amarela, vai ele.
Esse é o significado do ato político de São Bernardo.




Clique aqui para ver fotos das recentes manifestações do #mexeucomLulamexeucomigo.


Paulo Henrique Amorim

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