Outros tantos, alheios ao drama de Lula, crucificaram o texto. Deram-me a pecha de petista, lulista, esquerdista, comunista e mais outras tantas denominações que lhes soam como defeito, doença, cegueira. De repente, desejar melhoras a alguém virou pecado mortal.
O pior de tudo é que quem pede pra Lula se tratar no SUS não defende o povo. Não está a favor de algo, mas contra. Não está querendo expor as deficiências da saúde pública, fazer algum protesto ou coisa do tipo. Caso contrário, teriam se manifestado quando Mário Covas, José Alencar ou Dilma Rousseff adoeceram. Aliás, até Geraldo Alckmin já passou pelo mesmo Hospital Sírio-Libanês e não houve mobilização alguma. Não preciso dizer o porquê nem quero incitar mais discussões partidárias quando estou justamente as condenando, repetindo que não é o momento pra este tipo de picuinha.
Mas se Lula fosse se tratar no SUS os mesmos que o criticam hoje mudariam de tática e reclamariam que ele está furando fila e roubando uma vaga que deveria ser de uma pessoa pobre, uma vez que ele tem condições de pagar por um hospital privado. A discussão é inútil, a guerra é perdida e é uma pena que tenhamos que perder tempo com isso.
O câncer não quer saber quem é de direita ou esquerda. Não escolhe partido, trajetória, cor ou classe social. Não tem raiva, rancor ou preconceito. Não se apieda nem chora. O câncer só existe. O homem sim. O homem aponta o dedo, condena, segrega, desvirtua, desaponta, machuca, deseja o mal.
Mas eu acredito que o câncer tem cura e o homem também.
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