Que breve gente seja dúvida tanto nesse agora que passara quanto nessa doce aurora na qual escrevo sangue.Somos breves,alguns mais,outro menos,todavia breves.Que nesse profano,nesse célebre perfunctório que é a vida,que possamos imergir em dúvida a todo sempre que se encerrara.
Nietzsche e sua crítica que fere a emancipação,Friedrich sobre a educação:
"Educar os educadores,mas os primeiros devem começar por se educar a si próprios.E é para esses que eu escrevo".
É como o erudito Abujamra dizera certa vez :"Não existe ensino e sim aprendizagem".
Quem quer aprender ninguém segura,corra atrás,não espere aprendizagem das abjetas instituições.
"O que as escolas superiores sabem fazer de fato é adestramento brutal para tornar utilizável, explorável ao serviço do estado,uma legião de jovens com uma perda de tempo tão mínima quanto possível.Educação superior e legião-Aí está uma contradição primordial".
Deve haver um acompanhamento individual,todos somos divergentes,múltiplos e inteiramente aptos se bem compreendidos e abolidos de qualquer dogma.
Deus está morto.
"Para voar alto é preciso quebrar as amarras da tradição,da obediência e da servidão".
Quanto mais me elevo,menos apareço aos olhos de quem não sabe voar,Nietzsche.
Mas como destruir a obediência,Nietzsche se refuta.
"Tudo que vive,obedece",Nietzsche.
Se não obedeço a ordem de alguém,me obedeço.
Mudando de âmago:
Schopenhauer para muitos:
"A condição deplorável da literatura atual tem sua raiz no fato de os livros serem escritos para ganhar dinheiro.Qualquer um que precise de dinheiro escreve um livro,e o público é tolo o bastante para comprá-lo".
Formidável,fortificar essa mensagem é enviar para um Paulo Coelho da vida.
Para o maior autor que eu ainda não descobri:
E transcorrendo em reluzente papel,
por nunca ter descoberto Babel.
São Lágrimas russas em decoro.
"A vida é sempre a mesma para todos:Rede de ilusões e desenganos.O quadro é único,a moldura que é diferente".
Não é a mesma,ainda que seja uma rede de ilusões e desenganos;as ilusões e os desenganos variam de pessoa para pessoa.
Desilusões não existem,tendo em vista que somos limitados e que se não existe verdade absoluta.
"Para aprender um argumento filosófico,não basta ler uma ou duas vezes,devemos ser relembrados constantemente ou o esquecemos",Diógenes.
"Se um homem é capaz de formular dois discursos sobre pontos de vista oposto com relação a um mesmo assunto,não existe verdade absoluta",Carneades.
"Não há fatos eternos,como não há verdades absolutas",Nietzsche.
"Se penetrássemos no sentido da vida seríamos menos miseráveis".
Mas o intrínseco não é igual?o que muda não é apenas a moldura?
"A universalidade desenvolveu todas as capacidades,inclusive a estupidez",Tchekhov.
"A ironia é a expressão mais perfeita do mundo".
O silêncio que fortifica o mais próximo do sumo.
"O silêncio ainda é o melhor aplauso",Saramago.
Ironia não é indissociável ao silêncio em todas as oportunidades.
"Há uma primavera em cada vida:É preciso contá-la assim florida,pois se deus nos deu voz,foi, para cantar!E se um dia hei de ser pó,cinza e nada que seja a minha noite uma alvorada,que saiba me perder,para me encontrar".
Com o termo primavera ela aboliu o sofrimento,este que é indissociável a vida.
"Considerar o sofrimento como um mal a ser abolido é o cúmulo da idiotice",Nietzsche.
"Chorar e sofrer significa viver",Dostoiévski.
Olha que limitação configura a figura de deus.A voz só serve para cantar?até o silêncio em algum contexto tem voz.
Não existem causas finais,uma coisa serve para deveras.
Se tudo muda sempre,perder e ganhar é uma saúde na qual o tempo impera.
"Saúde é poder dar-se ao luxo de ganhar e perder",Canguilhem.
"Não quero criar em volta de meu trabalho a mais leve sombra de escravidão,conheço-me,nunca mais faria nada de jeito".
Trabalho resume em fazer algo visando algo,é restringir-se,logo é escravidão.
É de uma inocuidade imensurável.
Trabalhar é lutar,ter paz é vitória;nós somos uma instância de luta e de proteção da própria potência, Nietzsche e Spinoza respectivamente.
"Acho que é no casamento que está a felicidade de um homem normal".
Casamento é um processo imponderável.
"Só dá certo se a mulher for cega e o homem surdo",Tchekhov.
Retumba o leviano de modo que faz da liberdade e da relação um estado que visa suprimir o todo.
"Não costumo acreditar muito nos sonhos........porque de todos se acorda".
Já era hora de estabelecer algo que nos acrescente.
O sonho é uma adaptação particular de uma falsa realidade.
"Sou talvez a visão que alguém sonhou,alguém que veio ao mundo para me ver,e que nunca na vida me encontrou".
Claro sua imbecil,trata-se de um sonho.
Somos uma coisa sem nome como propunha Saramago,somos múltiplos e não um sonho.
"Um retrato é apenas a ideia aproximada de uma pessoa.A graça de um sorriso,o olhar,a expressão e tudo quanto para mim é a beleza,não pode verdadeiramente existir num retrato".
"Quando a palavra não for tão digna quanto o silêncio,é melhor calar e esperar",Eduardo Galeano.
"Visualizar um álbum de fotos te fortalece mais que o trabalho;pois do trabalho não se visualiza o complexo,das fotos sim;pois tens como vínculo a reflexão;logo o aprimoramento inverossímil do saber".
"Ama-se quem se ama e não quem se quer amar".
Amor é foder deitado bebendo vinho,o resto é falta de respeito.
Faltou o respeito para com a dúvida,o que é grave. Ainda que eu odeie esse termo respeito;pois eleva submissão em certos momentos;este,posto nesta tese tem outro intuito.
Toda palavra é uma metáfora,Nietzsche.
"A todos com quem realmente me importo, desejo sofrimento, desolação, doença, maus-tratos, indignidades,o profundo desprezo por sí, a tortura da falta de auto-confiança, e a desgraça dos derrotados",Nietzsche.
Título: Fanatismo
Minha alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão de meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!
Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!
Tudo no mundo é frágil, tudo passa...
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!
E, olhos postos em ti, vivo de rastros:
"Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!..."
"Fanatismo é a única forma de força acessível aos fracos",Nietzsche.
Estou ciente que envelheço de modo que passo a revigorar o que emitia Schopenhauer:"Os primeiros 40 anos de vida dão-nos o textos,os trinta seguintes o comentário".
Devo ter uns 53 anos em matéria de valor textual.
Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!
É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!
É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!
E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!
"Escrever para o poeta é romper a muralha na qual se esconde algo que sempre esteve lá",Milan Kundera.
É com vasto prazer que informo:Florbela Espanca é de uma acatalepsia,é de uma liquefação,de uma rudeza.
Encerro por aqui com dois poemas deste escritor cada vez mais falido por imergir no incerto de sangue; agradeço a todos os filisteus leitores por mais uma vez estarem conosco.
Em algumas mulheres amei o dinheiro,
em outras o beijo.
Em algumas mulheres amei a compreensão,
noutras a loucura.
Em algumas mulheres amei a astúcia,
noutras o tédio.
Em algumas mulheres amei o sexo,
noutras o livro.
Em algumas mulheres amei o ódio,
noutras a distância.
Em algumas mulheres amei o efeito de trair,
noutras o tapa que pude dar.
Em algumas mulheres amei a beleza,
noutras o silêncio.
Em algumas mulheres amei a cerveja,
noutras o ato de escrever.
Em você não necessariamente preciso denotar o que amo.
Amo e pronto;
amo seu nada que afronto.Amo e ponto.
Mais sangue:
Breve gente seja dúvida,
e que naquela literatura,
naquele agora que passara,
eis que meu pensamento transpunha.
Raciocinemos de modo inexpugnável;
ou não,
ou sim;
inexorável talvez seja o mais apropriado.
Deixei de ler para ter um filho,
deixei de beber para ter um filho,
deixei de transitar para ter um filho,
de ir à biblioteca,de ficar sozinho,
de escrever,de optar,de fazer sexo,
deixei de comer camarão para ter filho,
de ver filme,e principalmente;
de formular,de duvidar,de jogar pelada,de ver jogos;
tudo para ter um filho.
Melhor deixar de ter um filho,
para ter tudo isso.
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