FONTE: www.vermelho.org.br
A alta reprovação ao governo Kassab tem na saúde um dos principais ingredientes para que a população busque mudanças na administração municipal. Em pesquisa realizada pelo Datafolha na segunda quinzena de junho, em todas as regiões da cidade, paulistanos e paulistanas se mostraram insatisfeitos com a rede de serviços municipais em saúde, apontada como o principal problema da gestão atual.
As respostas espontâneas, quando você não estimula o entrevistado, revelam como, aos olhos do paulistano, a saúde piorou de 2008 até os dias atuais, explicou o diretor do Datafolha, Mauro Paulino, em entrevista à Folha de S.Paulo. Na mesma pesquisa, entrevistados não souberam apontar em qual área Gilberto Kassab (PSD) está se saindo melhor. "É uma evidência de que a população está reprovando a gestão atual", afirmou Paulino.
Falta de investimento e de vontade política são os motivos da permanência das mesmas reclamações por tantos anos. Sem essas duas iniciativas, nada mudará. "A trajetória não é fácil: precisa de recursos e de estrutura", diz Paulo Puccini, especialista em saúde pública, entrevistado pela Folha. "Tem de destinar mais recursos", avaliou Oswaldo Tanaka, da Faculdade de Saúde Pública da USP.
Para o o sanitarista Mário Scheffer, do Cebes (Centro Brasileiro de Estudos de Saúde) falta articular o sistema. "Os serviços sequer se comunicam. Às vezes, uma AMA resolve, mas deixa de comunicar à equipe da Saúde da Família", exemplificou.
"É necessário municipalizar alguns hospitais estaduais", diz o sanitarista Paulo Puccini, que fez um levantamento sobre a carência de leitos públicos na cidade e apontou que a concentração deles nas regiões central e oeste chegava a ser maior do que o dobro do registrado nas outras áreas. "Com duas gestões diferentes acaba havendo atropelo na prestação dos mesmos serviços", diz Puccini.
Nos extremos norte e leste da Capital, saúde ganha disparado como a principal queixa da população. Ao lado da insatisfação com os serviços de saúde, também estão entre as reclamações a violência e o transporte público.
Da Redação com informações da Folha de S.Paulo
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