Fonte: www.dw-world.de
À frente do ministérioo brasileiro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho conversou com a DW Brasil sobre papel do país em garantir o fornecimento de alimentos à população mundial.
Mendes Ribeiro Filho participa de um encontro internacional de ministros da Agricultura na capital alemã, Berlim. Ele assumiu a pasta em agosto, no lugar de Wagner Rossi, que pediu demissão após denúncias de irregularidades.
Mendes conversou com a DW Brasil sobre a responsabilidade brasileira de produzir alimento para o mundo, mas não comentou a Rodada Doha, que visa abolir as restrições ao comércio em todo o mundo.
Mendes conversou com a DW Brasil sobre a responsabilidade brasileira de produzir alimento para o mundo, mas não comentou a Rodada Doha, que visa abolir as restrições ao comércio em todo o mundo.
O ministro brasileiro também foi econômico quando questionado sobre protecionismo e considera o debate de transgênicos "bem resolvido" no Brasil. Para Mendes, o Código Florestal é um exemplo que mostra sustentabilidade.
DW Brasil: O senhor está em Berlim para discutir políticas agrícolas mais justas. Como o Brasil pode contribuir nesse debate? Há bons exemplos?
Mendes Ribeiro Filho: O Brasil é um país que está vencendo a miséria. Isso é preponderante. Estamos produzindo cada vez alimentos, o país tem se caracterizado como um grande produtor e tem mostrado que é possível produzir com o clima que possui e com a sustentabilidade exigida.
Hoje o Brasil é um exemplo. A nossa tecnologia tem nos dado sustentação para cada vez produzirmos mais.
O mundo também acompanha com preocupação a expansão da fronteira agrícola no Brasil e a ameaça que isso representa para as florestas. Quais são os exemplos de sustentabilidade agrícola no Brasil?
Primeiro, o respeito aos nossos rios. O novo Código Florestal e todo o debate que está sendo feito sobre a matéria. A nossa preocupação com as questões ambientais, à medida que o tempo passa, isso vai se tornando uma questão cultural. As pessoas estão aprendendo meio ambiente na escola, nas suas casas, elas vivendo o meio ambiente no seu dia a dia. E assim também é com o nosso agricultor.
O nosso país estabeleceu um nível de produção com um respeito extraordinário à sustentabilidade. E não temos dúvida que isso só tende a aumentar. E a curisiodade e questionamentos mundial acontecem apenas pela forma como o Brasil produz cada vez mais respeitando o meio ambiente.
O mundo vive hoje uma situação justa de comércio agrícola? Há ainda muito protecionismo?
O Brasil estabelece comércio com países mais diversos. E sempre como uma defesa extremamente vigilante. O país tem cumprido sua tarefa de casa no que diz respeito às agendas mais difíceis a aspectos sanitários.
Evidente que ainda se encontra protecionismo. O importante é tratar todos os parceiros da mesma forma.
Como o Brasil está preparado para enfrentar, ou colaborar, com uma crise de alimentos mundial?
Estive com o diretor da FAO aqui em Berlim e conversei com ele sobre a responsabilidade do Brasil na produção de alimentos. E produção alimentar é um desafio do Brasil. Nós nos vemos responsáveis e não abrimos mão disso. Queremos assumir a nossa responsabilidade com questões relacionadas às dificuldades do mundo. E se a dificuldade do mundo é produzir alimentos e o Brasil tem essa capacidade, nós vamos cumprir a nossa tarefa.
A Europa proíbe o uso de sementes transgênicas, enquanto que no Brasil o cultivo é liberado. Como o senhor vê o papel da biotecnologia no futuro da agricultura?
Tivemos um grande debate no Brasil e sempre se respeitou a posição de um e de outro. Há argumentos corretos daqueles que são contrários e teorias corretas usadas por aqueles que são favoráveis.
A potencialidade ficou demonstrada. Sou de um estado agrícola e ficou demonstrado que isso (uso de transgênicos) era um processo que precisava ser respeitado na medida em que contribui para quem produzia sem, evidentemente, provocar um impacto, um problema sequer, para aqueles que se beneficiavam da produção alimentar, tanto os animais como os homens.
Esse debate aconteceu por muito tempo no Brasil e acabou levando à decisão que temos hoje.
É um tema bem resolvido no Brasil?
Sim, é um tema muito bem resolvido no Brasil.
Entrevista: Nádia Pontes
Revisão: Francis França
Revisão: Francis França
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