quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Com ataques baixos, Tucanos dão o tom da pré-campanha em SP

PSDB

Em uma clara demonstração do baixo nível dos debates que pretende levar à capital paulistana nas eleições deste ano, o PSDB de São Paulo desferiu acusações a administrações do PT na tentativa de se eximir da responsabilidade do crescimento do crack na cidade.
Em reunião realizada na noite da segunda-feira caciques tucanos de SP — cada vez mais desesperados em função do isolamento político em que se encontram — atacaram o governo da presidente Dilma Rousseff, o ministro da Educação e pré-candidato do PT à Prefeitura da capital, Fernando Haddad, e a senadora e ex-prefeita Marta Suplicy.
O secretário estadual de Cultura, Andrea Matarazzo, associou o crescimento da Cracolândia aos petistas, numa referência à gestão da ex-prefeita. “O governo do PT consolidou o crack na região central”, disse. “O crack foi consolidado no governo do PT e foi crescendo e crescendo.”
Administrações tucanas
Acometidos por uma espécie de amnésia seletiva, os tucanos não se recordam que estão à frente do Palácio dos Bandeirantes desde 1995, quando Mário Covas deu início ao ciclo de administrações do PSDB no estado.
Os ataques ignoraram ainda a passagem de José Serra pela Prefeitura municipal entre 2004 e 2006 — quando o tucano renunciou para se candidatar ao governo do estado. Mesmo tendo sinalizado recentemente sua intenção de indicar o vice na chapa do PT para as eleições deste ano, o atual prefeito Gilberto Kassab (PSD) — que comanda a capital desde 2006 — também não foi responsabilizado.
O deputado Ricardo Trípoli, que também ambiciona um lugar na chapa tucana, tentou culpar o PT pela entrada da droga no país e defendeu as recentes ações integradas do governo estadual e da prefeitura paulistana contra os usuários da região da Cracolândia. “O crack não é oriundo do Brasil. Eles estão há nove anos no governo e não fizeram nada para que os entorpecentes não entrassem pela Bolívia. Agora vêm aqui dar palpite na política de São Paulo”, disse.
Política repressiva
O principal erro dos tucanos em relação ao crack é a incapacidade deles em distinguir uma questão de saúde pública com um problema de segurança. Como a maioria das pessoas que frequentam a Cracolândia são usuários de drogas e não traficantes, o único método permanente para controlar a situação é, inevitavelmente, a garantia do tratamento médico especializado.
Por outro lado, uma operação policial — com todos os elementos repressivos usados durante as agressivas abordagens iniciadas no último dia 3 — parece muito mais eficiente aos olhos do eleitor que há anos vê a situação do uso de drogas no centro de São Paulo se arrastar.
A forma de abordagem na capital se contrapõe à ação conjunta proposta pelo governo federal, lançado em dezembro 2011. Estão previstas no Plano de Enfrentamento ao Crack — de iniciativa conjunta dos ministérios da Saúde, Educação e Justiça —, a ampliação no atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS) e a criação de unidades fixas e móveis de acolhimento, a fim de diagnosticar caso a caso os perfis dos viciados para tratamento especializado.
Governo federal
Atento aos ataques do PSDB ao ministro Haddad, o governo federal também antecipou sua participação nos debates da sucessão municipal em SP. Em sua coluna semanal, publicada na segunda, a presidente Dilma ressaltou a expressiva inserção de estudantes de baixa renda no ensino superior e falou do papel do ministro nesse resultado.

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