segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Cada vez mais evidente a necessidade de mudar o modelo de debates entre candidatos na TV


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Dois debates marcados para esta semana entre os candidatos a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT) e José Serra (PSDB-DEM-PSD-PV-PTB-PDT), mais a análise feita ontem (21.10) pela ombudsman da Folha de S. Paulo, Suzana Singer, repõem a oportunidade de se continuar a discussão sobre a necessidade urgente de mudança nesses confrontos. Os debates desta semana serão, o 1º depois de amanhã (quarta, 24) promovido pelo SBT-UOL, e o outro na 6ª feira, na Rede Globo.

Eu fiz uma proposta sobre debates no Brasil quando avaliei os dois realizados nesta campanha nos Estados Unidos, um em Denver (Colorado) e o outro Nova York, entre o presidente Barack Obama (Partido Democrata), que tenta a reeleição, e seu adversário, Mitt Romney (Partido Republicano).

Os temas debatidos - os mais importantes para os Estados Unidos neste século - e o tempo flexível para as respostas, proporcionaram um verdadeiro debate, não o simulacro marqueteiro que temos aqui. Lá  mandam os candidatos e o debate, de fato, prevalece e marca o confronto.

Debates tem que ser no horário nobre

Aqui, um dos principais pontos que precisamos alterar é o horário em que as emissoras de TV iniciam esses debates -invariavelmente às 23 h. É muito tarde para o público que vai trabalhar no dia seguinte. Precisamos mudar a lei e estabelecer que estes sejam num horário determinado por lei, e que este seja compatível com a audiência.

Ideal será que eles sejam feitos no horário nobre da programação, começando pelo menos até às 21 horas. É um horário melhor, que obteria maior audiência e atingiria um público maior dentre os que vão trabalhar cedo no dia seguinte... E não se diga que eles não geram audiência porque está aí a propaganda no rádio e TV, que dizem não ser vista, mas que, no entanto, é um dos principais fatores a decidir as eleições.

TVs não podem continuar com o poder discricionário que têm

Também os nossos debates, a exemplo dos realizados no EUA, têm de ser promovidos por entidades da sociedade civil. Quem tem que organizá-los é a sociedade, suas entidades, universidades, centrais sindicais etc. Precisamos mudar a lei. As empresas de rádio e TV não podem se esquecer que são concessionárias de um serviço público e não podem ficar com esse poder todo que têm sobre os debates.

As perguntas para os contendores têm que vir dos eleitores (indecisos ou não), entregues às emissoras de rádio e TV e a seus jornalistas. E que se faça por sorteio a seleção das que serão feitas aos candidatos. As perguntas devem resultar de acordo com os candidatos e vir dos eleitores e entidades, de forma plural e equilibrada.

Não se pode manter a situação que prevalece hoje, com as emissoras de TV com poder de vida ou morte sobre os debates, o poder de realizá-los ou cancelá-los, e de decidir quais jornalistas mediarão  confronto e quais farão perguntas.

Isso só agrava a situação que temos hoje, pois eles tomam partido e apoiam candidatos. As empresas não podem impor temas, perguntas e jornalistas. Esse é um poder discricionário que as emissoras de televisão não devem nem podem mais ter.

Já chega o noticiário dirigido e os comentários nos debates dos programas, por exemplo da GloboNews. Ninguém aguenta mais. É preciso mudar, vocês sabem, é é fundamental que vocês, todos, se posicionem, entrem nesse debate, façam suas sugestões porque sempre que isto acontece enriquecem a discussão e o país só tem a ganhar.

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