Nesses últimos anos tem havido uma intensificação de opiniões, manifestações e de repulsa à atividade política em escala mundial, uma tendência agressiva, virulenta mesmo, com o objetivo de afastar o cidadão comum do engajamento nas causas transformadoras da realidade em que ele vive.
Um discurso falso - a política sempre determinou os rumos das sociedades em todas as épocas -, doloso porque está associado aos interesses de impedir a participação popular através de restrições democráticas, consolidando mais ainda o monopólio político, ideológico, nas mãos de reduzidos, poderosos grupos com capacidade decisória de abrangência global.
A perda relativa de autonomia dos Estados Nacionais submetidos às regras de organismos internacionais, antes razoavelmente representativas do equilíbrio internacional entre os Países, age como complemento a essa hegemonia e tem o mesmo fim, ou seja, a extraordinária concentração, centralização do capital financeiro a nível internacional.
Esse monopólio do poder, intimidação, dissuasão e intervenção, encontra-se associado à maior máquina de guerra que a humanidade já conheceu, coordenada pelos Estados Unidos da América, além de um fabuloso aparato midiático que controla a informação mundial, dissemina comportamentos, criminaliza opositores.
Assim, como em uma alquimia ideológica maligna, reivindicações generosas, auto-justificáveis, que sempre representaram anseios dos povos, nações, agora são usadas como justificativas de intervenção militar, estratégias para ambicionadas anexações territoriais como é o caso da Amazônia brasileira.
Por outro lado, a desconstrução da atividade política através da ideia de que "acreditar em mudar a vida da sociedade, e dos outros, não possui qualquer relevância para a sua própria vida", é um dos maiores venenos inoculados pela hegemonia neoliberal global.
Produzindo um individualismo doentio, enfraquecimento da solidariedade social, apostasia ideológica, o consumismo patológico, o incentivo ao aventureirismo político, caldo de cultura em todas as épocas às ambições totalitárias de tipo fascista.
As dramáticas consequências sociais da ordem neoliberal global, a crise da civilização por ela gerada, a sua aversão à humanidade, estão provocando a resistência das nações, sociedades, em defesa da liberdade, dignidade humana e até mesmo da sua própria existência.
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