Por Altamiro Borges
Daqui a pouco, não restará mais nada na Grécia dizimada e humilhada pelos banqueiros. Até o Parthenon será colocado à venda pelo premiê Lucas Papademos, ex-serviçal da agência rentista Goldman Sachs. Nesta semana, o seu governo – que foi imposto e não eleito – anunciou a “concessão” por até cem anos de uma área de 500 mil metros quadrados no norte da ilha de Corfu.
Um dos paraísos dos turistas europeus, a ilha abriga várias mansões de milionários. Pelo projeto do governo, ela poderá receber novos empreendimentos imobiliários. Já está em estudo a construção de um condomínio de luxo. A “privatização” da ilha integra o projeto do governo neoliberal da Grécia para arrecadar 50 bilhões de euros e “saldar suas dívidas” com os banqueiros.
Barbárie ou superação do neoliberalismo
Na semana passada, Papademos já havia anunciado a venda do centro de mídia construído para os Jogos Olímpicos de 2004 e de duas empresas estatais de gás (Depa e Desfa). Além das privatizações, o governo também cortou de 22% no salário mínimo dos trabalhadores e pretende demitir 150 mil servidores públicos e aumentar a contribuição e a idade para a aposentadoria.
Comandada pelos banqueiros, a Grécia está sendo destruída. Cenas de miséria – como mendigos nas ruas e adoção de crianças de famílias desesperadas – passam a fazer parte do cotidiano desta antiga civilização. Mas os gregos resistem, com protestos diários e a realização de várias greves gerais. A Grécia se encontra numa encruzilhada – ou a barbárie ou a superação do neoliberalismo!
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