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Fonte: ordem-natural.blogspot.com
O intelecto de uma certa forma é próprio da alma, e de uma outra certa forma é conjunto com o corpo.
Existem operações da alma que necessitam do corpo como instrumento e como objeto. Por exemplo: ver necessita do corpo como objeto, porque a cor, que é objeto da visão, está no corpo. Ver também necessita do corpo como instrumento, porque a visão, apesar de ser pela alma, não se dá, todavia, senão pelo órgão da vista, que é o seu instrumento. Desta maneira, ver não é somente da alma, mas também do órgão.
Existem outras operações da alma que necessitam do corpo, não todavia como instrumento, mas apenas como objeto. Assim, o inteligir não é pelo órgão corporal, mas necessita do objeto corporal. Os fantasmas, de fato, se acham para com o intelecto assim como as cores para com a visão. Ora, as cores se acham para com a visão como objetos. Portanto, os fantasmas se acharão para com o intelecto como objetos. Daí que, não existindo os fantasmas sem o corpo, fica patente que o inteligir não se dá sem o corpo. Mas isto como objeto, não como instrumento.
A primeira conclusão que se segue é que o inteligir é uma operação própria da alma, e não necessita do corpo exceto apenas como objeto. Ver e as demais operações e paixões da alma não são apenas da alma, mas conjuntas.
A segunda conclusão que se segue é que como o que apresenta operação per se também apresenta ser e subsistência per se, e aquilo que não tem operação per se não apresenta ser [e, subsistência] per se, por conseguinte
- A. O intelecto é forma subsistente
- B. As demais potências são formas em matéria
Santo Tomás de Aquino - Comentários a Aristóteles
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