sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

As viúvas da ditadura




Mas o que dizer da nota publicada pelos clubes militares com críticas ao governo Dilma Rousseff - e desautorizadas pela cúpula das Forças Armadas - no decorrer desta semana?

A nota do início da semana – assinada pelas presidências do Clube Naval, do Clube Militar e do Clube da Aeronáutica – menciona episódios em que a presidenta Dilma Rousseff supostamente estaria se afastando da premissa de ser a "presidenta de todos os brasileiros e brasileiras".  Entre eles, uma entrevista da ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, em que ela falou da possibilidade de vítimas da ditadura entrarem com ações na Justiça para pedir a punição de agentes repressores; e o discurso da nova ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, a qual, segundo os militares, teria se "auto-elogiado" ao declarar que "lutou pela democracia" durante a ditadura.

Esses militares da reserva representados pelos seus clubes são uns saudosistas. Mas não passam de uma minoria. Tampouco falam em nome das Forças Armadas.

Mídia apoiou golpes e se calou quando as Forças Armadas eram sucateadas

O que choca é a insistência de certa mídia, que sempre rondou os quartéis no passado, sempre apoiou golpes e quarteladas, conspirações contra a Constituição e a democracia. Suas vozes eram as chamadas de vivandeiras. São como viúvas da ditadura que usam essas notas dos clubes militares para tentar incompatibilizar os militares com o governo e o PT.

Os representantes desta estranha mídia se calaram quando nossas Forças Armadas foram abandonadas e sucateadas, nossa indústria de defesa nacional liquidada e privatizada, nossa segurança externa ignorada e nossa política externa e de defesa nacional submetida aos interesses das super potências.

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