quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

E a intolerância, tem cura?


FONTE: movimentocontestacao.blogspot.com


Este tema, o da intolerância, já foi abordado pela blogueira Jeanne Callegari nesta semana. Mas quis falar novamente sobre isso porque sempre que penso que não irei mais me surpreender com idéias estapafúrdias e preconceituosas, eis que surge na TL do meu Facebook a notícia de que parlamentares evangélicos pretendem legalizar a “cura gay” .

Projeto Cura Gay. Charge do cartunista Alpino/Yahoo.


Senti como se tivéssemos voltado à Idade Média. Um retrocesso sem precedentes. A gente espera discursos (não espera, mas acaba se “habituando”) como este de pessoas intolerantes. Mas quando falo de pessoas intolerantes, falo de cidadãos comuns, de gente que não vota em projetos de lei. Gente que não tem diretamente nas mãos o poder de decidir por todos. É assustador que algo tão absurdo esteja em tramitação no congresso e que talvez, seja legitimado oficialmente.
Sendo o Brasil um Estado Laico, ou seja, um estado com liberdade de culto e de crença, por que dogmas e valores religiosos – mas apenas os cristãos, que fique claro – devem influenciar os direitos dos outros? Qual o intuito da bancada evangélica ao querer alterar uma resolução do Conselho Federal de Psicologia?
Não é de hoje que parlamentares religiosos tentam ter controle absoluto sobre as nossas leis, incluindo nestas adendos que favorecem diretamente aos seus interesses. Várias esferas e grupos sociais, sobretudo as minorias, acabam sucumbindo a estes interesses e, consequentemente, perdem a pouca representatividade política que tem. Bem justo isso, né?
Este é um ano de eleições. Municipais, é verdade. Mas por essas e outras razões que temos que ter cuidado com quem a gente escolhe, temos que pensar muito bem. Procuremos candidatos que valorizem as pessoas pelo simples fato de serem humanos. Candidatos que tenham propostas que visem acabar com preconceitos. E não promover toda uma campanha pautada pelo ódio e pela ignorância.
É importante que tod@s nós manifestemos o nosso repúdio em relação ao projeto supracitado. O respeito à dignidade humana não depende de orientação sexual. Tampouco de religião ou de crença. É questão de cidadania. Se você é heterossexual e realmente acredita que homossexualidade não é normal ou correta, reveja muito bem os seus conceitos. A doença mais grave que aflige a nossa sociedade é a intolerância. E se nada for feito, desta irá padecer até arruinar-se por completo. Será que ainda tem cura para isso?

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