FONTE: jornalismob.com
Julian Assange, o homem por trás do Wikileaks – maior vazamento de informações da história do governo estadunidense – é um revolucionário. Ao expor documentos sigilosos que abrem uma parte da suja forma de conduzir a política externa dos EUA, Assange desnudou um rei que não usava roupa de baixo – como todos imaginavam que aconteciam, mas agora ficou mais difícil negar.
Assange transformou-se em perseguido político, é agora um dos maiores inimigos do imperialismo, e precisou pedir asilo ao Equador. E, se o papel desempenhado por Assange já foi amplamente debatido desde o surgimento do Wikileaks, o que urge perceber é o significado do gesto do governo equatoriano, liderado pelo presidente Rafael Correa, quando aceita o pedido de asilo e acolhe o revolucionário perseguido.
É importante que um momento como esse sirva de demonstração da necessidade de ampliar e aprofundar os governos progressistas da América Latina. É sintomático que Assange peça asilo em um de nossos vizinhos. É também neste continente – e não apenas no Norte da África – que está sendo construída uma nova sociedade. É verdade que cada um desses governos chamados “progressistas” (Equador, Venezuela, Bolívia, Argentina e Uruguai) possuem, em maior ou menor medida, uma grande gama de contradições. Mas é nessas contradições que aparece o espaço para atuarmos, aproveitando avanços para pressionar e construir novos passos até a mudança estrutural mais ampla.
Ao mesmo tempo, fica clara a relevância da ocupação do Estado para que possam existir fora dele agentes que atuem para aprofundar mudanças e romper as amarras do capital e da alienação. Se não houvesse um Equador, para onde iria Assange? Com todas as suas contradições, é preciso valorizar a mudança em curso em alguns países da América Latina. O que não quer dizer aceitar e justificar seus retrocessos, mas compreender sua dinâmica complexa para lutar por mais empoderamento popular.
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