quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Duas dezenas de administradores recebem mais de 83 mil euros mensais




Em 2010, os membros executivos dos órgãos de administração das sociedade cotadas acumulavam, em média, lugares de administração em 11,9 sociedades. Um administrador pertencia ao órgão de administração de 73 empresas, adianta a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. 21 administradores receberam mais de 1 milhão de euros em remunerações.



Apenas 55% das sociedades cotadas em bolsa cumpriram as recomendações da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) em matéria de remunerações, refere o Relatório Anual do Governo das Sociedades Cotadas relativo a 2010.
A CMVM considera “preocupante” o facto de existir um grau tão diminuto de cumprimento das recomendações que pretendem, entre outros, tornar transparente a forma como são determinadas as remunerações dos órgãos de administração e fiscalização e os benefícios e compensações em caso de destituição.
Em 2010, as remunerações dos membros dos órgãos de administração, sejam executivos ou não executivos, ascenderam a cerca de 125,5 milhões de euros. Cada administrador recebeu, em média, 264 mil euros. Já a média de remuneração dos administradores executivos foi de 449,3 mil euros. 21 administradores receberam mais de 1 milhão de euros, tendo o valor máximo sido de 1,42 milhões de euros.
Acumulação de cargos
No documento, a CMVM refere que “os membros executivos dos órgãos de administração das sociedade cotadas a exercer funções a tempo inteiro acumulavam, em média, lugares de administração em 11,9 sociedades de dentro e de fora do grupo da sociedade cotada onde exerciam funções”.
“17 administradores acumulavam lugares de administração em 30 ou mais empresas” e cerca de 4% dos administradores foram responsáveis por 20% dos lugares de administração, lê-se ainda no Relatório Anual do Governo das Sociedades Cotadas relativo a 2010.
No final de 2010, “um administrador que pertencia ao órgão de administração de 73 empresas”.
A CMVM alerta para as “consequências no desempenho das funções para com a sociedade cotada resultantes de uma dispersão da capacidade de gestão por um número muito expressivo de cargos”.
Apenas 5,9% dos cargos de administração das sociedades cotadas, o equivalente a 26 cargos em 440, eram ocupados por mulheres. No que respeita a membros executivos, essa percentagem desce para 4%, sendo que “nenhuma mulher desempenhava em termos efetivos as funções de presidente da comissão executiva”.
No que respeita à duração de cada mandato, a média foi de 3,4 anos. "Tomando por referência a atual duração média dos mandatos, aquele valor médio significa que os atuais administradores se encontram em funções há cerca de dois mandatos", revela o documento

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